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DEM pode expulsar Arruda para evitar dano
Partido se reúne hoje para ouvir explicações do governador, que tenta construir estratégia para se defender no cargo
OAB defende impeachment do democrata; PDT anuncia saída da base aliada, e PPS discute hoje se fica com os
cargos no governo do DF
GABRIELA GUERREIRO
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para reduzir danos para a
imagem do partido, o DEM articula a expulsão do governador
José Roberto Arruda (DEM-DF) caso ele não apresente explicações convincentes sobre a
sua participação em um suposto esquema de pagamento de
propina a deputados aliados na
Câmara Legislativa do Distrito
Federal. A cúpula se reúne hoje
com Arruda, mas parte dos democratas cobra ações duras para evitar que a crise no DF atinja o partido nacionalmente.
"O partido lhe dá crédito,
mas as acusações são preocupantes. Se as explicações são forem suficientes, aí partimos para a solução extrema, que é a
expulsão", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
Arruda passou o domingo
reunido com assessores e advogados. Ele telefonou para dirigentes do DEM para se defender depois da exibição de imagens em que aparece recebendo um maço de dinheiro de seu
ex-colaborador Durval Barbosa. Arruda disse a integrantes
do DEM que recebeu o dinheiro legalmente durante a campanha de 2006 e teria recibos
para comprovar a doação.
Pressionado pelo partido, Arruda constrói uma estratégia
para se manter no cargo, conservando, assim, o foro privilegiado para ser investigado. No
entanto, ele disse a interlocutores que não descarta renunciar
caso a situação se agrave. Envolvido no escandâlo de quebra
do sigilo do painel do Senado
em 2001, Arruda renunciou ao
mandato. Antes de ser eleito
governador, era deputado.
Apesar de esperar explicações de Arruda, a cúpula do
DEM admite que a crise no DF
é "muito grave" e causou dano à
imagem da sigla. "O partido não
convive com o erro e vai querer
explicações do governador.
Quando identifica-se erro de
um filiado, a pena é aplicável",
disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).
O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que vai esperar a reunião do partido com
Arruda antes de se manifestar
sobre as acusações. Em nota
oficial, Maia disse apenas que
as "graves denúncias" exigem
"explicações convincentes".
O ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia afirmou que,
antes de o DEM decidir qualquer punição, o governador deve ter amplo direito de defesa.
"A executiva deve convocar comissão de ética para ouvir o governador. E então concluir [o
processo]", afirmou.
Impeachment
O presidente da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, defendeu ontem o
impeachment de Arruda depois das imagens que mostram
o governador recebendo dinheiro de Barbosa. "A imagem
do governador sentado em uma
cadeira recebendo um pacote
de dinheiro é devastadora", disse Britto. A OAB se reúne hoje
com representantes da entidade no Distrito Federal para discutir a possibilidade de solicitação formal de afastamento.
O PDT sacramenta hoje sua
saída da base aliada de Arruda.
O PPS fará reunião hoje para
decidir se permanece no governo de Arruda.
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