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Palácio do Planalto ganha "puxadinho" que altera fachada de obra tombada
LULA MARQUES
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto ganhou um "puxadinho" que
descaracteriza a fachada da
obra. Construído nos anos
1950, o prédio no qual trabalha o presidente da República
está sendo restaurado desde o
mês de março, mas somente
agora as mudanças começam
a ser visíveis.
O bloco de concreto esconderá boa parte dos arcos que
caracterizam o projeto de Oscar Niemeyer, o que gerou polêmica no Iphan (Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Venceu, porém, a tese de que a obra era
necessária para garantir a segurança do presidente da República e dos demais usuários
do prédio.
O órgão acabou por autorizar a construção do "puxadinho" com o argumento de que
ele fica atrás do palácio e esconderá uma escada de emergência e um elevador. O técnico do Iphan no DF, Eduardo
Rossetti, disse que "tudo é
muito polêmico" nas discussões do órgão, e que esta foi
apenas mais uma delas.
"O ângulo privilegiado do
palácio é feito a partir da praça dos Três Poderes. E deste
ponto de vista a caixa é invisível. O palácio é uma obra dos
anos 50, que não tinha as exigências de segurança atuais."
Segundo o técnico do
Iphan, o "puxadinho" é eliminável e pode ser removido a
qualquer tempo sem prejudicar o prédio. O palácio é tombado, mas o Iphan explicou
que nesses casos de segurança
pode haver mudanças no projeto original. "É o próprio autor atuando sobre a obra."
Carlos Magalhães, do escritório de Niemeyer em Brasília, disse que o arquiteto aprovou a construção do "puxadinho". "Passam pelo prédio de
600 a 700 pessoas. É uma
questão de segurança. A escada que tinha lá era de um metro de largura, agora estamos
atendendo as exigências de
segurança do Corpo de Bombeiros", afirmou ele.
Outra polêmica é sobre os
azulejos pintados pelo artista
Athos Bulcão. A equipe de
Niemeyer e o Iphan não se entendem sobre o que fazer com
as peças utilizadas até então
para disfarçar duas casas de
máquinas que agora serão
destruídas. Enquanto para a
equipe de Niemeyer poderiam ficar encaixotados, o
Iphan quer colocá-los à mostra. "É algo alienígena. Foi feito depois da construção do palácio, na época do regime militar", afirmou Magalhães.
O plano do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva é inaugurar a obra em abril de 2010,
dentro do cronograma definido. Enquanto isso, Lula e outros cinco ministros que despachavam no local, entre eles
Dilma Rousseff (Casa Civil),
trabalham no Centro Cultural
do Banco do Brasil. O custo da
obra, segundo o Palácio do
Planalto, é de R$ 78,8 milhões.
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