São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

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Painel

Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br

Companheiros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara novo agrado às centrais sindicais, recentemente alçadas à condição de protagonistas na definição do novo salário mínimo. O governo quer mandar no primeiro semestre do ano que vem uma proposta de reforma trabalhista ao Congresso Nacional que inclui mais uma demanda histórica dos sindicatos: a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. "Vou iniciar o ano com uma série de consultas a empresários e trabalhadores sobre o tema", diz o ministro Luiz Marinho (Trabalho), ex-presidente da CUT, defensor da redução da jornada.
Para tornar a reforma menos amarga aos patrões, o governo pretende incluir duas medidas do agrado deles: a possibilidade de parcelamento das férias e a redução do poder da Justiça do Trabalho, que geralmente favorece os empregados. O ministro acha que dá para votar a matéria já em 2007, mas no Congresso a avaliação é que o tema está longe do consenso.

Humor negro. No encontro com artistas anteontem em Brasília, Lula fez piada com a crise aérea. "Boa viagem de volta. Principalmente aos que vão de TAM", gracejou o presidente.

Uniforme. O PT montou 10 mil unidades do "kit-posse", que venderá a R$ 10 na segunda-feira a seus militantes. O pacote inclui camiseta, bandeira, viseira e adesivo.

Páginas da Vida. Maíra, uma goiana que já participou do programa "Fama", da TV Globo, entoará o Hino Nacional durante o desfile de Lula no Rolls-Royce. Em 1989, quando tinha 9 anos, ela cantou num comício na primeira campanha do petista.

Tô fora. O ex-presidente José Sarney (PMDB) disse ao candidato do PT à presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) que não apoiará Aldo Rebelo (PC do B-SP). Prometeu neutralidade.

Contra a maré. Júlio Delgado (MG) trabalha para abrir uma dissidência no PSB, hoje majoritariamente pró-Aldo. Integrado à campanha de Chinaglia, o mineiro diz ter pelo menos quatro votos na bancada para o petista.

Know-how. Além da proximidade com José Dirceu, Cândido Vaccarezza (PT-SP) ganhou lugar na tropa de choque de Chinaglia por ter sido um dos mentores da derrota imposta ao PSDB na Assembléia paulista, há dois anos.

Intensivão. A despeito do ligeiro favoritismo, Renan Calheiros (PMDB-AL) vai montar, logo no início do ano, um cronograma de conversas com cada um dos senadores. Seu foco inicial será nos novos parlamentares e nos suplentes que assumem no lugar dos governadores e vices eleitos.

Ensaio geral. A posse de Aécio Neves em Minas será cercada de simbolismos ligados à Presidência. Tal como Lula, o tucano desfilará num Rolls-Royce preto, ano 1953. A placa do veículo, cedido por um colecionador, pertenceu ao Cadillac usado por Juscelino Kubitschek.

Isolamento. Marquinhos Lang (PFL), que desistiu de ocupar a pasta da Justiça e Inclusão Social no governo Yeda Crusius, levou dois dias para conseguir comunicar a decisão à governadora eleita. Berfran Rosado (PPS), outro desistente, também enfrentou chá de cadeira.

Goleiro. Ex-ministro dos Transportes de FHC, Eliseu Padilha (PMDB-RS) bateu ponto na Assembléia gaúcha tentando unir seu partido em torno do pacote de impostos de Yeda Crusius. Em vão.

Pente-fino. O governador eleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT), pedirá à Procuradoria-Geral do Estado uma auditoria nos últimos oito meses da gestão João Alves (PFL) para detectar projetos que aumentaram despesas em dissonância com a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Outro lado. Aloizio Mercadante (PT) diz que seu ex-tesoureiro José Baccarin decidiu retomar a vida acadêmica muito antes de vir à tona o escândalo do dossiê, pelo qual foi indiciado.

Tiroteio

"Na política do mensalão e dos sanguessugas, o eleitor não confia em mais ninguém. Por isso, decidimos honrar o compromisso de campanha e votar contra o pacote".
Do deputado federal ONYX LORENZONI, sobre a crise entre o PFL e a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, por conta da proposta de aumento de impostos derrubada ontem pela Assembléia.

Contraponto

Narciso

Em 2004, logo depois de ser reeleito, o prefeito de Jaú, João Sanzovo (PSDB), convocou uma entrevista coletiva para falar de seus planos para os quatro anos seguintes no comando desse município do interior paulista.
Um repórter engraçadinho pediu a palavra:
-E aí, prefeito, herdou muita dívida do antecessor?
Espirituoso, Sanzovo não perdeu a oportunidade de tecer um longo auto-elogio:
-Absolutamente. O meu antecessor é um homem probo, digno, que fez uma administração transparente. Estou muito, mas muito feliz em poder sucedê-lo!


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