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Painel
Vera Magalhães (interina) - painel@uol.com.br
Companheiros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara novo agrado
às centrais sindicais, recentemente alçadas à condição de protagonistas na definição do novo salário mínimo. O governo
quer mandar no primeiro semestre do ano que vem uma proposta de reforma trabalhista ao Congresso Nacional que inclui
mais uma demanda histórica dos sindicatos: a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. "Vou iniciar o
ano com uma série de consultas a empresários e trabalhadores
sobre o tema", diz o ministro Luiz Marinho (Trabalho), ex-presidente da CUT, defensor da redução da jornada.
Para tornar a reforma menos amarga aos patrões, o governo
pretende incluir duas medidas do agrado deles: a possibilidade
de parcelamento das férias e a redução do poder da Justiça do
Trabalho, que geralmente favorece os empregados. O ministro
acha que dá para votar a matéria já em 2007, mas no Congresso
a avaliação é que o tema está longe do consenso.
Humor negro. No encontro com artistas anteontem
em Brasília, Lula fez piada
com a crise aérea. "Boa viagem de volta. Principalmente
aos que vão de TAM", gracejou o presidente.
Uniforme. O PT montou 10
mil unidades do "kit-posse",
que venderá a R$ 10 na segunda-feira a seus militantes. O
pacote inclui camiseta, bandeira, viseira e adesivo.
Páginas da Vida. Maíra,
uma goiana que já participou
do programa "Fama", da TV
Globo, entoará o Hino Nacional durante o desfile de Lula
no Rolls-Royce. Em 1989,
quando tinha 9 anos, ela cantou num comício na primeira
campanha do petista.
Tô fora. O ex-presidente
José Sarney (PMDB) disse ao
candidato do PT à presidência
da Câmara, Arlindo Chinaglia
(PT-SP) que não apoiará Aldo
Rebelo (PC do B-SP). Prometeu neutralidade.
Contra a maré. Júlio
Delgado (MG) trabalha para
abrir uma dissidência no PSB,
hoje majoritariamente pró-Aldo. Integrado à campanha
de Chinaglia, o mineiro diz ter
pelo menos quatro votos na
bancada para o petista.
Know-how. Além da proximidade com José Dirceu,
Cândido Vaccarezza (PT-SP)
ganhou lugar na tropa de choque de Chinaglia por ter sido
um dos mentores da derrota
imposta ao PSDB na Assembléia paulista, há dois anos.
Intensivão. A despeito do
ligeiro favoritismo, Renan Calheiros (PMDB-AL) vai montar, logo no início do ano, um
cronograma de conversas
com cada um dos senadores.
Seu foco inicial será nos novos
parlamentares e nos suplentes que assumem no lugar dos
governadores e vices eleitos.
Ensaio geral. A posse de
Aécio Neves em Minas será
cercada de simbolismos ligados à Presidência. Tal como
Lula, o tucano desfilará num
Rolls-Royce preto, ano 1953.
A placa do veículo, cedido por
um colecionador, pertenceu
ao Cadillac usado por Juscelino Kubitschek.
Isolamento. Marquinhos
Lang (PFL), que desistiu de
ocupar a pasta da Justiça e Inclusão Social no governo Yeda
Crusius, levou dois dias para
conseguir comunicar a decisão à governadora eleita. Berfran Rosado (PPS), outro desistente, também enfrentou
chá de cadeira.
Goleiro. Ex-ministro dos
Transportes de FHC, Eliseu
Padilha (PMDB-RS) bateu
ponto na Assembléia gaúcha
tentando unir seu partido em
torno do pacote de impostos
de Yeda Crusius. Em vão.
Pente-fino. O governador
eleito de Sergipe, Marcelo Déda (PT), pedirá à Procuradoria-Geral do Estado uma auditoria nos últimos oito meses
da gestão João Alves (PFL)
para detectar projetos que aumentaram despesas em dissonância com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Outro lado. Aloizio Mercadante (PT) diz que seu ex-tesoureiro José Baccarin decidiu retomar a vida acadêmica muito antes de vir à tona o
escândalo do dossiê, pelo qual
foi indiciado.
Tiroteio
"Na política do mensalão e dos sanguessugas, o
eleitor não confia em mais ninguém. Por isso,
decidimos honrar o compromisso de campanha
e votar contra o pacote".
Do deputado federal ONYX LORENZONI, sobre a crise entre o PFL e a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, por conta da proposta de
aumento de impostos derrubada ontem pela Assembléia.
Contraponto
Narciso
Em 2004, logo depois de ser reeleito, o prefeito de Jaú,
João Sanzovo (PSDB), convocou uma entrevista coletiva
para falar de seus planos para os quatro anos seguintes no
comando desse município do interior paulista.
Um repórter engraçadinho pediu a palavra:
-E aí, prefeito, herdou muita dívida do antecessor?
Espirituoso, Sanzovo não perdeu a oportunidade de tecer um longo auto-elogio:
-Absolutamente. O meu antecessor é um homem probo, digno, que fez uma administração transparente. Estou
muito, mas muito feliz em poder sucedê-lo!
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