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PT e aliados assumem função de levar população para posse
Movimentos sociais, protagonistas em 2003, querem "menos festa e mais reivindicação"
PT vai custear despesas de transporte de 300 ônibus; gasto da sigla com o evento será divulgado hoje, mas deve alcançar R$ 600 mil
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
LETICIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além de mais modesta - tanto em público quanto em custos-, a festa de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
tem característica distinta da
comemoração de 2003: são os
partidos políticos, e não os movimentos sociais, que concentram a mobilização deste ano.
Militantes e líderes de movimentos dos sem-terra, sindicalistas e representantes do movimento negro, entre outros,
estarão em Brasília na segunda-feira, mas as principais entidades não capitanearam a convocação para o evento e pouco
empregaram estrutura própria
para promovê-lo. Dizem que,
diferentemente de 2002, querem imprimir tom "mais reivindicatório que festivo".
"Incentivamos a presença
dos nossos militantes [à posse],
mas não é a entidade que está
convocando as pessoas", diz
Antonio Carlos Spis, primeiro-tesoureiro da CUT (Central
Única dos Trabalhadores).
PT paga ônibus
O PT, junto com partidos
aliados, vai custear as despesas
da vinda de 268 dos 300 ônibus
com militantes previstos até
agora, a maior parte deles com
origem no entorno do Distrito
Federal, de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e
Rio de Janeiro. O restante dos
veículos será pago por partidos
aliados e movimentos sociais.
Em 2002, o partido calculou
em 120 mil o público que foi assistir à chegada de Lula ao poder. Agora, são esperadas cerca
de 50 mil pessoas. O PT apresenta a festa como "modesta" e
cita que o caos aéreo dificultou
a organização: havia poucos
ônibus disponíveis, o que elevou o preço dos aluguéis.
Os custos também serão modestos, diz o partido. Os números devem ser divulgados hoje.
O PT calcula algo entre R$ 500
mil e R$ 600 mil (gastos do comitê e de movimentos sociais).
Distância e cobrança
Spis, explica que, além do
menor apelo da festa por se tratar da reeleição, havia pouco dinheiro. "Não queríamos receber dinheiro do governo como
instituição para depois saírem
as matérias: "movimentos recebem dinheiro para ir à posse.'"
Segundo ele, o distanciamento
do governo é bom para Lula e
para os movimentos.
O esforço para "diferenciar-se" do governo -depois de quatro anos que chamam de "apoio
crítico"- também aparece no
movimento estudantil.
"A pressão será maior desde
o início e o governo vai ter de
responder: agora não há mais
paciência, nem a herança anterior", afirmou Gustavo Petta,
presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), que vai
à festa como convidado.
"É um momento mais reivindicatório do que festivo. Estamos guardando cartucho para
nos mobilizar para cobrar.
Queremos aprovar a reforma
universitária", diz Marcelo Gavião, presidente da UJS (União
da Juventude Socialista), ligada
ao PC do B. A UJS pretende levar até 10 mil estudantes à Brasília. Mas também promete levar uma faixa gigante com a
inscrição: "Presidente, a juventude quer emprego".
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