|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Serra determina renegociação de contratos
Revisão de acordos de obras é uma das oito medidas de austeridade fiscal que governador eleito anunciará na sua posse
Tucano vai suspender contratação de pessoal e 15% dos cargos de confiança não serão preenchidos; será feito um "raio-x" de dívidas
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A exemplo do que fez à frente
da prefeitura, o governador
eleito José Serra (PSDB) determinou a reavaliação e renegociação de contratos e licitações
do governo de São Paulo, especialmente os de obras. A revisão é uma das oito medidas de
austeridade fiscal que Serra
anunciará segunda-feira, na cerimônia de posse.
Aplicada na capital, a renegociação garantiu aos cofres da
prefeitura uma economia de
17% do valor dos contratos. À
época, Serra reviu um cenário
herdado da petista Marta Suplicy. No Palácio dos Bandeirantes, porém, reavaliará contratos administrados pelo tucano Geraldo Alckmin e pelo pefelista Cláudio Lembo.
Segundo técnicos da equipe
de transição, já foi diagnosticada margem para renegociação
de contratos em obras na área
de transportes. No segundo semestre deste ano, já na gestão
Lembo, teria ocorrido reajuste
indevido de valores.
Além da renegociação, três
outros decretos serão assinados para contenção de gastos
com a folha de pagamento. Um
deles determinará a suspensão
da admissão de pessoal, à exceção das autorizadas por um comitê de gestão formado pelos
secretários Mauro Ricardo
Costa (Fazenda), Francisco Luna (Planejamento), Aloysio
Nunes Ferreira (Casa Civil) e
Sidney Beraldo (Gestão).
Outro decreto estabelecerá
que 15% dos cargos de confiança do governo não serão preenchidos. Com a saída dos atuais
ocupantes, ninguém será contratado para tais funções sem a
permissão do comitê de gestão.
Atualmente, existem no governo de São Paulo 21.763 cargos de atividades em confiança
ou em comissão em secretarias
e autarquias. O "contingenciamento" é o primeiro passo para
enxugamento da máquina.
Também na área de pessoal,
um decreto fixará o recadastramento anual dos servidores da
ativa, para evitar, por exemplo,
o pagamento a fantasmas.
Num outro decreto estará a
exigência de pregão eletrônico
nas licitações públicas. Apelidado de "pacotinho" pela equipe de transição, o conjunto de
medidas também inclui um
programa de desburocratização, simplificação de processos
administrativos no Estado.
Um decreto determina o levantamento das dívidas do Estado, e mais outro define a instituição de três conselhos sob a
presidência de Serra: Desenvolvimento Econômico e Infra-Estrutura; Desenvolvimento
Social e Justiça e Segurança.
O pacote nasce da necessidade de ajuste das contas do Estado, após a queima de suas reservas ao longo do ano.
Em 2005, na prefeitura, Serra provocou a reação dos fornecedores ao ordenar a revisão
dos contratos e o cancelamento
das licitações em andamento.
Em maio, Serra prometeu
travar uma "batalha judicial" e
ameaçou cancelar contratos,
obrigando as empresas a reduzir os preços aplicados.
Colaborou MATHEUS PICHONELLI, da Redação
Texto Anterior: Foco: Aos 62, Chico Buarque diz que debate sobre esquerda é conversa boba e de direita Próximo Texto: Lula pede mais ação social em metrópoles Índice
|