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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/HORA DAS PROVAS
Acompanhado de petista e tucano, Serraglio embarcaria ontem para Nova York para tentar acesso às contas de Duda Mendonça
Ida aos EUA mostrará força de CPI, diz relator
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O relator da CPI dos Correios,
deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), disse que a viagem
de integrantes da CPI aos Estados
Unidos servirá para demonstrar
às autoridades americanas que as
comissões têm, hoje, "mais força
temporária" para investigar irregularidades do que o Ministério
Público e a Polícia Federal.
Os parlamentares embarcariam
ontem à noite para Nova York na
tentativa de persuadir representantes do Ministério Público e da
Justiça americanos a autorizar o
acesso da CPI às contas do publicitário Duda Mendonça no exterior. O marqueteiro da campanha
de 2002 do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva está sendo investigado por autoridades financeiras
dos EUA. Uma de suas contas foi
bloqueada em outubro de 2005.
O roteiro da comissão inclui o
Departamento de Justiça americano, em Washington, e a Promotoria Distrital de Nova York.
""Queremos mostrar às autoridades americanas que as CPIs do
Brasil têm a condição de investigar crimes em igual situação, e talvez com mais instrumentos, que o
Ministério Público e a Polícia Federal, no momento em que
atuam", disse Serraglio.
""Não estou dizendo que somos
mais preparados, mas, juridicamente, temos mais força temporária do que os órgãos que continuamente prestam esse serviço."
Com ele viajariam os relatores-adjuntos Maurício Rands (PT-PE) e Eduardo Paes (PSDB-RJ).
O Ministério Público e o Ministério da Justiça do Brasil já detêm
informações passadas por autoridades dos EUA sobre a movimentação da conta Dusseldorf, aberta
em paraíso fiscal. Nela o ex-marqueteiro de Lula afirma ter depositado os R$ 10,5 milhões que recebeu do PT pelos serviços ao
partido, em 2002. O pagamento
foi feito pelo ""valerioduto".
Também reuniriam dados sobre outra conta de Duda, bloqueada nos EUA em outubro,
quando a filha dele, Eduarda, tentou sacar US$ 2 milhões. O acesso
por parte da CPI foi bloqueado
pelas autoridades americanas sob
o argumento de que o dossiê é
composto de informações sigilosas que não podem vazar.
A agenda também prevê a ida
ao setor do Departamento do Tesouro americano que detém informações sobre crimes financeiros. Ainda sem confirmação, uma
visita de trabalho ao Congresso
dos EUA pode adiar de quinta para sexta a volta dos três ao Brasil.
Serraglio disse que informações
abertas pela CPI do Banestado
""criaram dificuldades aos americanos" que as forneceram.
Em Brasília, a CPI tenta aprovar, nesta semana, a convocação
de Duda para novo depoimento.
O primeiro foi voluntário.
E falou de outra polêmica que
envolve a CPI. Reafirmou que
manterá no relatório final a referência de que Lula foi informado
do ""mensalão" por Roberto Jefferson (PTB-RJ), deputado cassado que denunciou o esquema.
Marcos Valério
A Usiminas terá de repassar à
CPI todos os dados contábeis relacionados aos negócios mantidos com as empresas de Marcos
Valério. "Queremos as informações contábeis da Usiminas com o
sistema Marcos Valério", disse
Serraglio. Ele diz que espera ""esclarecer essa história de o Roberto
Brant dizer que recebeu da Usiminas e a Usiminas dizer que não
pagou". Brant (PFL-MG), acusado de receber do "valerioduto",
diz que o dinheiro era doação da
Usiminas. A empresa nega.
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