|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conselho vota parecer contra pepista
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de uma semana conturbada, o Conselho de Ética deverá
aprovar hoje, com folga de votos,
o parecer que recomenda a cassação do mandato do presidente do
PP, Pedro Corrêa (PE), numa tentativa de rechaçar as denúncias de
"acordão" para livrar deputados.
Segundo o conselho, o placar
adverso a Corrêa serviria como
retaliação ao desgaste causado pela pressão exercida por ele sob Pedro Canedo (PP-GO), que deram
origem às denúncias de "acordão". Canedo disse ter sido pressionado por Corrêa para absolver
Roberto Brant (PFL-MG).
Ontem, na véspera da votação
do processo contra o presidente
do PP, Canedo perdeu a vaga de
deputado. Suplente, ele teve de
devolver a cadeira a Leonardo Vilela (PSDB-GO), que deixou a secretaria de Infra-estrutura de
Goiás para reassumir o mandato.
O vice-governador de Goiás, Alcides Rodrigues, é filiado ao PP.
Canedo negou que a substituição tenha sido retaliação. "Foi
mera coincidência. Em dezembro, já se falava nessa possibilidade, mas o governador [Marconi
Perillo] resolveu adiar a reforma
no secretariado." A direção do PP
negou que a mudança tenha sido
proposital e disse que indicará hoje nome para a vaga no conselho.
A expectativa é que Corrêa não
obtenha mais do que três ou quatro votos a seu favor, dos 14 possíveis. Deverão ser pró-pepista os
dois membros do seu partido no
conselho, Benedito de Lira (AL) e
o outro integrante que será indicado hoje, além da petista Ângela
Guadagnin (PT-SP), que optou
por absolver todos os acusados
até agora, exceto Roberto Jefferson (PTB-RJ). Outro voto a favor
de Corrêa poderá vir do PFL.
"A pressão da semana passada
pode se refletir contra ele. E como
o relator é do PSDB, a tendência é
que o outro deputado do partido
seja favorável [ao parecer]", disse
Júlio Delgado (PSB-MG).
O parecer do deputado Carlos
Sampaio (PSDB-SP) sugere a cassação de Corrêa por ter "ofendido
a honradez que deve nortear as
relações político-partidárias" no
escândalo do "mensalão". O relator vincula os repasses recebidos
pelo PP, oriundos do caixa dois
do PT, à adesão à base aliada.
Corrêa é acusado de receber
R$ 4,1 milhões do esquema de Valério. O pepista diz que recebeu
R$ 700 mil, doados pelo PT, usados para pagar o advogado do ex-deputado Ronivon Santiago (PP-AC). Após a votação, o processo
segue para votação em plenário.
Texto Anterior: Base e oposição tentam derrubar relatório de CPI Próximo Texto: Valdemar admite ter recebido R$ 3 mi Índice
|