São Paulo, quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

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Gregolin diz que devolve dinheiro se CGU pedir

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Pesca, Altemir Gregolin, afirmou ontem que devolverá do "próprio bolso" o dinheiro gasto numa churrascaria em Brasília, caso a CGU (Controladoria Geral da União) o considere ilegal. Gregolin usou o cartão corporativo do governo para pagar a conta de R$ 512,60. Ele alega que a despesa se refere a almoço com uma comitiva pesqueira da China. "Assinamos até tratado comercial", disse, afirmando que o gasto foi "emergencial" e autorizado pelo departamento jurídico de sua pasta.
O ministro Jorge Hage, da CGU (Controladoria Geral da União), contudo, disse que a despesa foi irregular, pois não há "previsão na lei" para esse tipo de pagamento. Segundo Hage, o uso do cartão na capital federal é restrito a pequenos gastos, como serviços de manutenção e material de escritório. Mas o órgão ainda não se posicionou oficialmente -anteontem foi aberta investigação nos gastos dos ministros Gregolin, Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) e Orlando Silva (Esporte).
O ministro da Pesca disse que há apenas uma "averiguação, não investigação", e afirmou que o pedido para o órgão fiscalizar seus extratos partiu dele, o que foi autorizado por Dilma Rousseff (Casa Civil) -a secretaria é ligada à Presidência. Ele também justificou o grande número de gastos com o cartão (em restaurantes, hotéis e aluguéis de veículos) em Chapecó (SC), sua base política e onde vivem a filha e ex-mulher.
Segundo ele, o Estado é o "maior produtor de pescado do país", além de Chapecó ser a cidade em que fica o "único aeroporto da região". "Usei o cartão apenas em viagens oficiais. Não tenho estrutura na cidade." O ministro declarou ainda estar pronto para "prestar esclarecimentos", caso seja convocado pelo Congresso. (LUCAS FERRAZ)


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