São Paulo, sábado, 31 de janeiro de 1998

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FHC visita sanatório que inspirou Mann
Presidente admira 'montanha mágica'

e da Redação

O restaurante do Berghotel-Schatzalp, o hotel onde FHC almoçou ontem em Davos, era um antigo sanatório que proporciona uma das mais belas vistas dos Alpes suíços.
Foi nesse local que o escritor alemão Thomas Mann (1875-1955) buscou inspiração para escrever o clássico "A Montanha Mágica" (1924).
Ao chegar no local e ser informado sobre qual das montanhas era a chamada "montanha mágica", Fernando Henrique Cardoso foi perguntado se havia lido o livro.
"Claro que li, e agora eu entendi como ele fazia todas aquelas reflexões metafísicas. Com essa vista!", respondeu.
"A Montanha Mágica" (Nova Fronteira, 800 págs., R$ 44,00) é a obra-prima de Thomas Mann, e foi fundamental para que ele ganhasse o Prêmio Nobel de Literatura, em 1929.
O personagem central é o engenheiro Hans Castorp, que, ao visitar um primo tuberculoso num sanatório, decide abandonar a vida prática para dedicar-se aos mistérios da doença e da morte (as "reflexões metafísicas" a que se referiu FHC).
O romance é visto como uma alegoria da Europa pós-guerra, uma sociedade também "doente". O final -no qual Castorp opta pela vida- é um manifesto de esperança na reestruturação européia.
A Suíça ainda seria determinante na vida do maior escritor alemão do século 20. Foi lá que ele exilou-se com a família em 33, por discordar da política nazista que Adolph Hitler havia implantado na Alemanha.
Morou nas imediações de Zurique até 41, quando mudou-se para os Estados Unidos. Em 52, voltou a morar próximo a Zurique. "Quero morrer em paz na Suíça", escreveu, em 51.
O clã dos Mann tem também ligações com o Brasil. A mãe do escritor, Júlia, nasceu em Parati (RJ) -onde, no ano passado, foi inaugurado um centro cultural que leva seu nome.



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