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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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PAINEL

De olho na segurança
Lula anunciará na reunião de governadores, em abril, um plano emergencial de segurança. Prevê a criação de um sistema único de informação entre os Estados, a construção de dez presídios federais -cinco em 2003- e a ampliação da PF.

Dissuasão patrimonial
Na reunião de governadores, Lula também anunciará um esforço para sequestrar os bens e repatriar os recursos de grandes criminosos já sentenciados.

Responsabilidade dividida
A decisão de Lula de anunciar o plano de segurança na presença dos governadores é simbólica. Ele acredita que a União deve dividir a responsabilidade da crise no setor com os Estados.

Preparativos na agenda
Para preparar a reunião com os governadores, Márcio Thomaz Bastos (Justiça) encontra-se no dia 7, em Porto Alegre, com todos os secretários estaduais de Segurança Pública.

Mercado livre
Horas depois de a polícia do Rio ter prendido, sexta-feira, na Rocinha, a maior liderança do Comando Vermelho fora dos presídios, o Sombra, os pontos de venda de drogas na favela funcionavam normalmente, sem afetar o preço da cocaína.

Clima de ultimato
A Executiva do PSB se reúne amanhã, em Brasília, para dar um ultimato a Anthony Garotinho: se o partido tiver de escolher entre ele e Lula, ficará com o presidente da República. O oposicionismo do ex-governador irrita o partido, que tem cargos e teme trombar com o Planalto.

Ficou de beiço
Anthony Garotinho ficou magoado com Miguel Arraes, presidente do PSB, porque ele deixou um almoço com a direção do partido, quarta, em Brasília, para se reunir com o ministro José Dirceu (Casa Civil).

Horizonte muito negro
Apesar da ajuda discreta do Planalto, ACM recebeu de amigos o prognóstico de que dificilmente conseguiria preservar seu mandato. O voto no Conselho de Ética do Senado é aberto, e poucos senadores teriam o desprendimento de apoiá-lo no caso dos grampos telefônicos.

Testemunha de peso
A situação de ACM se agravaria, na opinião de seus próprios aliados, se o Conselho de Ética convocar para depor a ex-namorada Adriana Barreto.

República entre amigos
Afastado, o delegado Valdir Barbosa, chefe da Polícia Civil baiana na época dos grampos, continua com o salário e os benefícios do cargo.

Bico fechado
FHC orientou o PSDB a não criticar nem elogiar em excesso Antonio Palocci Filho (Fazenda). Nos dois casos, os tucanos estariam contribuindo para desestabilizá-lo, com o risco de ele ser substituído por alguém com um perfil mais à esquerda.

Arrogância no trânsito
Carros oficiais utilizados pelo presidente e por ministros do Executivo e do Judiciário levaram 2.851 multas de trânsito, em Brasília, entre janeiro e fevereiro. A principal causa é o excesso de velocidade. Outras 118 multas foram aplicadas a carros de deputados e senadores.

Bode Expiatório
Paulo Octávio (PFL-DF) já tem resposta pronta se tiver que explicar ao Conselho de Ética do Senado a abertura de um link para as suas empresas no seu site do Congresso. Kléber Castro Júnior, chefe de seu gabinete, assumiu a responsabilidade.

Cofres a zero
Lula prometeu a José Viegas (Defesa) que até o fim do ano os recrutas ficarão nos quartéis em tempo integral. Comandantes militares duvidam da promessa. Em 2002 a tropa foi dispensada em agosto. Agora não há sequer dinheiro na Aeronáutica para a compra de combustível.

TIROTEIO

Do deputado federal Professor Luizinho (PT-SP), ironizando seu colega Babá (PT-PA), que tem feito críticas à gestão presidencial Lula:
- Babá cuida de criança. Mas não pode ter juízo de criança.

CONTRAPONTO

Para os lados de Bagdá

Um grupo deputados brasileiros esteve no Iraque, em fevereiro, para acompanhar os inspetores da ONU que procuravam armas de destruição em massa.
Integravam a comitiva Doutor Rosinha (PT-PR), Tarcísio Zimmerman (PT-RS), Orlando Fantazzini (PT-SP) e Jamil Murad (PC do B-SP).
A comitiva permaneceu quatro dias em Bagdá, onde também conversou com pessoas próximas de Saddam Hussein.
De volta ao Brasil, Doutor Rosinha relatou a viagem em reunião da bancada do PT:
- Fiquei impressionado. Bagdá parecia levar uma vida normal, mesmo às vésperas de uma guerra. E fizemos contatos de alto nível com políticos do governo...
Fernando Ferro (PT-PE), com ar sério, perguntou:
- E os contatos com os políticos da oposição?
A gargalhada foi geral.


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