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Lula prepara trâmite simultâneo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Luiz Inácio Lula da
Silva, que pretende definir os projetos das reformas tributária e da
Previdência até o final da primeira quinzena de abril, analisa a
possibilidade de tramitação simultânea das propostas no Senado e na Câmara.
A medida que está sendo estudada pelo Palácio do Planalto prevê o encaminhamento da reforma
da Previdência para a Câmara, como acontece com todo projeto
originário do Executivo. Enquanto isso, os senadores começariam
a debater as mudanças no sistema
tributário. Para que a discussão
da reforma tributária comece pelo Senado, será necessário que um
senador governista apresente a
proposta como sendo sua.
A tramitação simultânea poderia evitar um desgaste do governo
na Câmara, onde a base que apóia
Lula está enfrentando dificuldades para votar, por exemplo, a
proposta de emenda constitucional que trata do sistema financeiro. Hoje, o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (fórum de 82 representantes da sociedade) deve aprovar a proposta
de reforma tributária, em reunião
extraordinária a partir das 14h, da
qual Lula participará.
Com o encontro, o Planalto pretende criar um fato político favorável à agenda de reformas, prejudicada por divisões internas.
Para o secretário especial Tarso
Genro, presidente do Conselho,
80% das propostas governistas
são consensuais.
Segundo ele, um dos pontos que
deve gerar divergência no conselho é a CPMF, conhecida como
imposto do cheque.
A contribuição deve ser transformada em permanente, com a
definição de uma alíquota máxima e uma mínima, a ser obtida de
forma gradual. Pela legislação
atual, a contribuição só será cobrada até o próximo ano, quando
a alíquota cairá dos atuais 0,38%
para 0,08%. No Congresso, a reforma tributária deve enfrentar
resistências, ao contrário do que
aconteceu quando as propostas
foram apresentadas aos governadores, em reunião de dois dias na
Granja do Torto. Partidos de oposição querem apresentar outras
idéias, apesar de serem favoráveis
à mudança.
Dois pontos são polêmicos: 1) o
ICMS, maior fonte de receita dos
Estados, que o governo quer
transformar em IVA (Imposto sobre Valor Agregado) com uma legislação única e 2) a CPMF.
Antes de tratar da reforma tributária, os conselheiros vão assistir a uma apresentação do ministro José Viegas (Defesa) sobre a
guerra no Iraque e depois devem
aprovar uma carta pela paz.
A próxima reunião do conselho
está prevista para o dia 10. No dia
4, os grupos temáticos que tratam
da Previdência se reúnem para
tentar fechar a proposta.
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