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São Paulo, segunda-feira, 31 de março de 2003

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MULTIMÍDIA
The New York Times de Nova York

Fome Zero começou devagar, diz diário

DA REDAÇÃO

A guerra contra a fome no Brasil começou de forma lenta, afirma artigo publicado ontem pelo jornal "The New York Times". Um dia após ser eleito, Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que a prioridade de seu governo seria garantir que cada brasileiro possa fazer três refeições por dia. Mas, cinco meses depois da promessa, o programa "Fome Zero" tem gerado "mais controvérsia do que resultados", afirma o diário.
Os críticos dizem que as razões para o atraso vão desde a falta de experiência administrativa do governo até um demorado debate filosófico que retardou o início do programa, diz o jornal.
O apoio popular ao programa é de fato impressionantemente grande, afirma o "The New York Times". Mas quando jornais recentemente noticiaram que um cheque de R$ 50 mil que a modelo Gisele Bündchen doou em janeiro ao Fome Zero ainda não havia sido depositado, o programa se tornou alvo de ataques, diz o diário.
O jornal destaca que moradores beneficiados pelo Fome Zero argumentam que o que eles realmente necessitam é água potável e não comida. Eles também reclamam que não têm permissão para gastar o dinheiro do programa com outras coisas além de alimentos, como medicamentos, roupas e material escolar.
Segundo o diário, o governo parece não saber ao certo quantas pessoas o Fome Zero pode beneficiar. Durante a campanha, Lula falou em mais de 50 milhões de pessoas passando fome numa população de 176 milhões. Mas, uma vez eleito, alguns de seus assessores começaram a usar um número mais modesto, de cerca de 18 milhões de pessoas.
Parte da confusão pode ser linguística, diz o diário, que destaca que no Brasil a palavra fome é usada para designar diferentes estágios de má alimentação.


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