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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ O RELATÓRIO
Relatório mostra como empresas abasteceram esquema com serviços que não foram executados e empréstimos que não foram pagos
"Valerioduto" se dividiu em seis fases, diz CPI
RUBENS VALENTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relatório final da CPI dos Correios, apresentado anteontem pelo relator Osmar Serraglio
(PMDB-PR), identificou seis fases
distintas de financiamento do
"valerioduto", uma das quais
bancada por cerca de R$ 2,3 milhões transferidos das siderúrgicas Usiminas e Cosipa por supostos serviços de publicidade.
A companhia telefônica Brasil
Telecom é também apontada como a origem de R$ 800 mil usados
no "valerioduto". Juntas, as empresas privadas bancaram cerca
de 5,5% do "valerioduto" (R$ 55
milhões), segundo o relatório. O
restante veio de empréstimos
contraídos em bancos, e nunca
pagos, e de adiantamentos feitos
pelo Banco do Brasil.
Segundo a CPI, pagamentos feitos pelas empresas às agências do
publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza foram
usados no esquema de pagamento de parlamentares da base aliada do governo Lula no Congresso.
As empresas, em diferentes
oportunidades, afirmaram que os
pagamentos a Valério devem-se a
serviços prestados. O publicitário,
procurado ontem, não se manifestou sobre o relatório.
O relatório de Serraglio descreve seis fases diferentes de alimentação do esquema petista.
Entre fevereiro e maio de 2003,
os recursos eram das próprias
empresas de Valério e de um empréstimo de R$ 12 milhões tomado no Banco BMG.
De julho a agosto do mesmo
ano, os recursos vieram de uma
captação de R$ 9,7 milhões no
Banco do Brasil, de R$ 19 milhões
emprestados do Banco Rural e de
recursos da Brasil Telecom.
De setembro a dezembro de
2003, recursos vieram de outra
operação de R$ 10 milhões no
Banco Rural.
Visanet
A quarta fase do "valerioduto",
de janeiro a março de 2004, trouxe como novidade os recursos de
publicidade adiantados pelo Banco do Brasil por meio da Visanet,
empresa formada por bancos públicos e privados para administrar rede de cartões de crédito.
De abril a julho de 2004, uma
nova injeção de R$ 10 milhões
veio do Banco BMG, depositados
na conta da empresa de Rogério
Tolentino, sócio de Valério, além
de aquisição de certificados de depósito bancário, pela empresa de
publicidade DNA, com recursos
vindos também da Visanet. De
agosto de 2004 em diante, os recurso vieram da Usiminas e Cosipa e, novamente, dos adiantamentos feitos pela Visanet.
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