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CPI poupa ao menos
3 deputados mineiros
LEONARDO SOUZA
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CPI dos Correios livrou de pedido de indiciamento no relatório
final pelo menos três deputados
mineiros que receberam dinheiro
das empresas do publicitário
Marcos Valério de Souza durante
a campanha de reeleição do então
governador tucano Eduardo Azeredo em Minas Gerais, em 1998.
Segundo dados a que a Folha teve acesso, Custódio de Mattos
(PSDB), Romel Anízio (PP) e José
Militão (PTB) receberam da
SMPB (agência da qual Valério
era sócio), respectivamente, R$ 20
mil, R$ 100 mil e 20 mil naquele
ano. Apesar de dispor dos registros financeiros, a CPI publicou
nos anexos do relatório final apenas parte das informações, sem
mencionar, por exemplo, os valores dos pagamentos.
Segundo o relator-adjunto
Eduardo Paes (PSDB-RJ), a publicação de beneficiários de pagamentos das empresas de Valério
entre anexos do relatório final teria fugido ao controle do comando da CPI. Questionado sobre critérios para a exclusão dos deputados, Paes não soube explicar.
A CPI dos Correios concluiu na
semana passada levantamento
com cerca de 50 nomes de assessores parlamentares que ou estiveram na agência do Banco Rural
ou receberam recursos de empresas e corretoras ligadas ao "valerioduto". Esses nomes tampouco
foram mencionados no relatório
final. Os dados devem ser enviados para o Ministério Público.
A CPI pediu o indiciamento do
senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) por crime eleitoral, já
prescrito, mas não fez menção aos
deputados mineiros no texto.
Outro lado
Eduardo Azeredo voltou a afirmar que desconhecia a existência
do empréstimo obtido pela DNA
no Banco Rural para custear gastos de sua campanha em 1998.
Já o deputado José Militão afirmou que nada tem a ver com o
"mensalão". Disse que seu funcionário deu a primeira versão
por se recordar de ter ido ao Banco Rural para descontar cheques
referentes a uma carreta que vendera. Por sua vez, Custódio de
Mattos insistiu que desconhecia o
responsável pelo depósito em sua
conta. Os R$ 20 mil que recebeu
em 1998 foram usados, segundo o
deputado, para cobrir pequenas
despesas de campanha.
Romel Anízio afirmou que o depósito de R$ 100 mil em sua conta
em setembro de 1998 não identificava o responsável pelo pagamento. Anízio diz que, para ele, o pagamento "tinha ocorrido via
coordenação de campanha e não
por uma empresa".
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