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TCU não pediu nem recomendou levantar dados do governo FHC
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A justificativa que a ministra
da Casa Civil, Dilma Rousseff,
apresenta para o levantamento
dos gastos do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso
(PSDB) não resiste a uma visita
ao endereço do TCU (Tribunal
de Contas da União) na internet. As decisões (acórdãos) de
três auditorias feitas em gastos
com cartões corporativos
-restritas ao governo do presidente Lula- não determinam
nem sequer recomendam a recuperação de dados da administração tucana, conforme a
Folha já havia noticiado.
O gesto mais próximo do que
a ministra afirma foi a cobrança
de maior controle das despesas
com cartão corporativo no governo Lula. O tribunal recomendou que o Planalto contivesse esse tipo de gasto e limitasse a situações "excepcionais" os saques em dinheiro,
cuja falta de transparência ainda é um alvo de crítica do TCU.
As três auditorias apontaram
falhas importantes no uso dos
cartões corporativos no gabinete da Presidência, como o
uso exagerado dos cartões para
saques em dinheiro ou para a
aquisição de bens e serviços.
Na edição de terça-feira passada, a Folha noticiou que o
TCU derrubava versão apresentada pelo Planalto para o
dossiê. Mas anteontem, em Curitiba, Dilma Rousseff voltou a
mencionar um dos acórdãos do
tribunal para tentar justificar o
trabalho de sua equipe.
O acórdão mencionado pela
ministra no sábado se refere à
segunda auditoria do TCU. Essa investigação apontou gastos
"questionáveis" com a compra
de bebidas alcóolicas e gêneros
alimentícios refinados nos primeiros anos de gestão Lula.
Como desdobramento dessa
investigação, a auditoria seguinte do tribunal apontou irregularidades fiscais em 35%
dos comprovantes de gastos
com cartões analisados.
Os três acórdãos receberam
os números 1.783, 230 e 470. As
decisões foram aprovadas pelo
plenário do tribunal, respectivamente, em 2004, 2006 e
2007. Todos podem ser conferidos no site www.tcu.gov.br.
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