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Lula pede a Meirelles que permaneça no BC
Solicitação praticamente encerra chance de o peemedebista concorrer como vice na chapa de Dilma e dá força a Temer
Economista pediu 24 horas para decidir se continua ou se disputa o Senado; dez ministros deixam governo hoje para disputar eleições
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Lula pediu ontem para Henrique Meirelles
permanecer no governo e esfriou a possibilidade de o presidente do Banco Central vir a
ser o vice na chapa encabeçada
pela ministra petista Dilma
Rousseff (Casa Civil).
Segundo a Folha apurou, Lula disse a Meirelles que a hipótese de ele integrar a chapa de
Dilma perdeu muita força. Na
avaliação do presidente, essa
articulação significaria comprar briga perdida com a cúpula do PMDB, que prefere para
vice o presidente do partido e
da Câmara, deputado Michel
Temer (SP).
Na conversa, o presidente foi
muito claro: não tem como se
comprometer com a vice. Se
Meirelles quiser correr o risco,
pode sair. Com isso, o presidente do BC pediu 24 horas para pensar e decidir se disputa,
então, vaga no Senado por
Goiás. A orientação de Lula somada ao lançamento, hoje, do
prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), ao governo de
Goiás, foram um banho de água
fria em Meirelles.
"A posição do presidente está definida, ele de fato me pediu para ficar e eu vou pensar
em 24 horas", disse Meirelles
após sair da reunião.
A pesquisa Datafolha do último sábado teve peso na avaliação presidencial. O levantamento mostrou que o pré-candidato do PSDB, o governador
José Serra (SP), reagiu e voltou
a subir, abrindo diferença de
nove pontos percentuais sobre
Dilma. O tucano obteve 36%
contra 27% da petista. Esse resultado fortalece a cúpula do
PMDB, que está fechada com
Temer e contrariada com as articulações de Meirelles para
tentar virar vice de Dilma.
O anúncio de sua decisão
ocorrerá no fim da tarde. Pela
manhã, Lula participa de cerimônia de despedida de dez ministros que deixam o governo
para disputar a eleição.
A maioria dos que assumem
são secretários-executivos dos
ministros -as exceções são os
substitutos de Reinhold Stephanes (Agricultura) e Patrus
Ananias (Desenvolvimento Social). Ainda está pendente o sucessor de Hélio Costa (Comunicações). O presidente queria
um nome novo, mas até ontem
à noite a tendência era pela indicação de José Artur Filardi,
secretário-executivo.
Na Agricultura assume Wagner Rossi, presidente da Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento), indicado pelo
PMDB e próximo a Temer.
No Ministério do Desenvolvimento Social, responsável
pelo Bolsa Família, Patrus, pré-candidato ao governo de MG,
será substituído por Márcia
Lopes (PT), assistente social e
professora da Universidade Estadual de Londrina. Irmã do
chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, ela foi secretária-executiva da pasta entre
2004 e 2007, quando deixou o
cargo para retomar as aulas.
Arlete Sampaio, atual secretária-executiva da pasta, também
deixa o governo para disputar
vaga de deputada pelo DF.
No lugar de Dilma, toma posse hoje Erenice Guerra. Na hipótese de saída de Meirelles, há
dois nomes citados para substituí-lo. Uma troca natural é por
Alexandre Tombini. O outro
nome é o de Luciano Coutinho,
do BNDES.
(KENNEDY ALENCAR, SIMONE IGLESIAS E EDUARDO SCOLESE)
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