UOL

São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CÚPULA DE EVIAN
G8


Tendo o G8 como alvo, cerca de 2.000 ativistas protestam contra organismos internacionais e apedrejam edifícios na cidade suíça

Antiglobais atacam a OMC em Genebra

DA REDAÇÃO

Às vésperas da cúpula do G8 em Evian, na França, milhares de ativistas antiglobalização fizeram um protesto ontem em Genebra, na Suíça, no bairro que concentra os escritórios de entidades como a OMC (Organização Mundial do Comércio) e a ONU (Organização das Nações Unidas).
Os manifestantes tentaram invadir a OMC, mas foram contidos pela polícia. O ato mobilizou aproximadamente 2.000 pessoas, sobretudo europeus.
A maior parte das organizações internacionais com sede em Genebra fica na margem suíça do lago Léman. Nos dias em que ocorre a cúpula do G8 em Evian, na margem francesa do lago, será restrito o acesso às ruas próximas aos prédios da OMC e da ONU em Genebra, por motivo de segurança. O evento começa amanhã.
Compõem o G8 os países do G7, ou seja, as sete maiores economias do mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália) e a Rússia, convidada por causa de sua importância estratégica.
Ao marchar diante da missão russa na OMC, o grupo de manifestantes repetiu: "Putin assassino, Putin assassino, liberte os tchetchenos".
O protesto foi uma referência à campanha militar do presidente russo, Vladimir Putin, contra os separatistas da Tchetchênia.
Pedras foram lançadas contra os escritórios da Rússia, quebrando vidraças. Na sequência, ativistas mascarados atacaram o prédio da OIM (Organização Internacional para Migrações). Não houve registro de feridos e, até ontem à noite, ninguém havia sido detido.
A OIM foi criada após a Segunda Guerra Mundial (1939-45), para amparar os refugiados originários dos países da Cortina de Ferro, sob controle soviético, que buscavam asilo no Ocidente.
"Sem fronteiras, sem nações, sem extradições", diziam os manifestantes, diante da entidade. "A OIM é inimiga natural de qualquer migrante."
Outro prédio também atingido foi a Organização Mundial de Meteorologia. Os policiais entraram em ação, utilizando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação.
Mais tarde, cerca de 200 pessoas foram, de bicicleta, em direção à sede da Nestlé, fora do centro de Genebra. A multinacional era resguardada por aproximadamente cem policiais, o que não impediu os ativistas de bloquearem a principal avenida de acesso à companhia. Alguns atiraram pedras contra o edifício.

Cordão de isolamento
O forte esquema de segurança que envolverá o encontro dos líderes do G8, que começa amanhã, impede que os manifestantes se aproximem de Evian (França), onde ocorrerá a cúpula. Por isso, os grupos antiglobalização estão se concentrando em Genebra e em Lausanne, na Suíça, e em Annemasse, na França.
O acesso será restrito em um raio de 50 quilômetros ao redor da cidade. A segurança é feita por 15 mil homens.
Alguns chefes de Estado de países em desenvolvimento também foram convidados, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula permanecerá em Lausanne e irá a Evian, para participar dos encontros, de barco, navegando pelo lago Léman, cruzando a divisa da Suíça com a França.
As duas principais manifestações contra o G8 foram marcadas para amanhã. Haverá uma marcha em Genebra e outra em Annemasse. Os organizadores da cúpula paralela esperam que aproximadamente 50 mil pessoas participem dos atos de protesto.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Operação social: Graziano critica "monopólio de crédito" no país
Próximo Texto: Lula fala contra fome em passarela de Rolls Royce
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.