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FHC estréia do outro lado do balcão falando de ética
DO ENVIADO ESPECIAL A LAUSANNE
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso estreou ontem
do outro lado do balcão, ao participar de um colóquio paralelo à
reunião de cúpula do G8, destinado a discutir a ética.
É uma ironia que o presidente
brasileiro que mais atividade internacional desempenhou até
agora, caso de FHC, acabe ficando
nas sombras porque é seu opositor, Luiz Inácio Lula da Silva,
quem recebe o tapete vermelho
próprio dos encontros de cúpula.
Lula participa do chamado
"diálogo ampliado", entre os países do G8 e 12 nações em desenvolvimento mais a Suíça, co-anfitriã com a França.
O colóquio, promovido pelo
Colégio Internacional Ético, Político e Científico, se realizou em
Genebra e terminou com o lançamento de uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pedindo o fortalecimento da
ONU.
É uma óbvia referência ao fato
de que a principal organização
multilateral saiu muito chamuscada do episódio do ataque norte-americano ao Iraque, conduzido
à revelia dela.
A carta, assinada por intelectuais do peso dos filósofos Jurgen
Habermas e Edgar Morin, pede o
reforço da cooperação entre os
países, sempre com vistas à predominância de critérios éticos.
O colégio internacional é presidido pelo ex-primeiro-ministro
francês Michel Rocard, socialista
amigo tanto de FHC como de Lula.
Entre outros políticos, é integrado por outro ex-premiê socialista,
o alemão Helmut Schmidt, além
do economista Joseph Stiglitz,
que se tornou crítico forte do receituário neoliberal, exatamente o
figurino que predominou nos
anos FHC no Brasil.
A carta será entregue a Kofi Annan durante a cúpula do G8, da
qual participa o secretário-geral
da ONU.
(CR)
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