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São Paulo, sábado, 31 de maio de 2003

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FHC estréia do outro lado do balcão falando de ética

DO ENVIADO ESPECIAL A LAUSANNE

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso estreou ontem do outro lado do balcão, ao participar de um colóquio paralelo à reunião de cúpula do G8, destinado a discutir a ética.
É uma ironia que o presidente brasileiro que mais atividade internacional desempenhou até agora, caso de FHC, acabe ficando nas sombras porque é seu opositor, Luiz Inácio Lula da Silva, quem recebe o tapete vermelho próprio dos encontros de cúpula.
Lula participa do chamado "diálogo ampliado", entre os países do G8 e 12 nações em desenvolvimento mais a Suíça, co-anfitriã com a França.
O colóquio, promovido pelo Colégio Internacional Ético, Político e Científico, se realizou em Genebra e terminou com o lançamento de uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pedindo o fortalecimento da ONU.
É uma óbvia referência ao fato de que a principal organização multilateral saiu muito chamuscada do episódio do ataque norte-americano ao Iraque, conduzido à revelia dela.
A carta, assinada por intelectuais do peso dos filósofos Jurgen Habermas e Edgar Morin, pede o reforço da cooperação entre os países, sempre com vistas à predominância de critérios éticos.
O colégio internacional é presidido pelo ex-primeiro-ministro francês Michel Rocard, socialista amigo tanto de FHC como de Lula.
Entre outros políticos, é integrado por outro ex-premiê socialista, o alemão Helmut Schmidt, além do economista Joseph Stiglitz, que se tornou crítico forte do receituário neoliberal, exatamente o figurino que predominou nos anos FHC no Brasil.
A carta será entregue a Kofi Annan durante a cúpula do G8, da qual participa o secretário-geral da ONU. (CR)


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