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GOVERNO SOB PRESSÃO
PSDB, PFL, PDT e PSOL, que não abrem mão dos postos-chaves da comissão, já indicaram os nomes para integrar a CPI dos Correios
Base quer presidência e relatoria, diz petista
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os principais líderes governistas desembarcaram ontem em
Brasília dispostos a atuar em três
frentes para minimizar o impacto
da CPI dos Correios: restringir a
investigação só à estatal, não abrir
mão da relatoria ou da presidência da comissão e protelar ao máximo seu funcionamento.
"Vamos usar todos os espaços
regimentais que temos à disposição. Se a tradição [de trâmite vagaroso] nos favorece, vamos usar
a tradição. Além disso, vamos brigar para ter a presidência e a relatoria", resumiu o líder do PT na
Câmara, Paulo Rocha (PA).
O primeiro embate já foi adiado, já que a análise de recurso anti-CPI na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, prevista
para hoje, ficou para quinta.
Embora vá insistir no recurso, o
governo joga suas reais fichas na
tentativa de colocar limites, na
CCJ, à investigação, que pode descambar para outras estatais. "O
parecer acolhe ou não o recurso, a
CCJ não tem o poder de determinar como a CPI vai operar", contesta Alberto Goldman (SP), líder
do PSDB na Câmara. Até a noite
de ontem, a CCJ não havia recebido o recurso, assinado pelo deputado João Leão (PL-BA).
A intenção do governo é usar
essa comissão como o primeiro
obstáculo protelatório, já que os
partidos aliados ao governo só
pretendem indicar os integrantes
da CPI após a decisão da CCJ.
A oposição, porém, já escolheu
seus nomes. No PSDB são os senadores Sérgio Guerra (PE) e Antero Paes de Barros (MT) e os deputados Gustavo Fruet (PR) e
Eduardo Paes (RJ). A sigla reúne
hoje sua Executiva Nacional em
Brasília para decidir estratégia para assegurar a instalação da CPI.
Os pefelistas indicados são José
Jorge (PE), Heráclito Fortes (PFL-PI) e César Borges (PFL-BA), pelo
Senado, e Antônio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA) e Onyx Lorenzoni (PFL-RS), pela Câmara.
O PDT indicou o senador Jefferson Péres (PDT-AM) e o deputado Alvaro Dias (RN). Completa a
lista da oposição a senadora Heloísa Helena (PSOL-AL). O único
partido governista a fazer a sua indicação foi o PP, no Senado, com
Valmir Amaral (DF).
A estratégia de esperar pela CCJ
foi combinada com o presidente
do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), a quem cabe
a indicação dos componentes da
CPI diante da omissão das lideranças. Além disso, o governo não
aceitava até ontem a exigência da
oposição de ter a presidência ou a
relatoria. A idéia era fazer valer
sua maioria e indicar os dois postos-chaves. Ação paralela à CPI
que estava prevista para hoje também deve ser adiada: a instalação
da CPI do Setor Elétrico, que investigaria privatizações feitas no
governo FHC.
(FERNANDA KRAKOVICS, RANIER BRAGON E FÁBIO ZANINI)
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