São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Navalha na emenda

Na esteira da Operação Navalha, líderes da Câmara negociam a elaboração de emenda constitucional para acabar com o atual formato de emendas ao Orçamento e criar um fundo, nos moldes do FPM, por meio do qual parlamentares poderiam destinar uma cota de gastos a Estados e municípios, mas sem definir em qual obra ou convênio o dinheiro seria usado.
O fundo, parte de um pacote de medidas que pretende "disciplinar" o lobby das empreiteiras, teria repasses automáticos bimestrais, segundo texto redigido pelo líder da bancada do PSB, Márcio França (SP), e entregue ontem aos colegas. "Isso acabaria com a burocracia enfrentada em Brasília pelos prefeitos, que decidiriam onde gastar", alega o deputado.

Buzinaço. Os puxadores de assinaturas da CPI da Navalha devem promover no fim de semana ações de rua para divulgar a relação dos parlamentares que assinaram o requerimento. Junto, carregarão a lista de telefones e e-mails dos parlamentares, para que os eleitores possam incomodar quem não assinou.

Fiel da balança. Está nas mãos do DEM a viabilização da CPI da Navalha. Faltam 16 assinaturas, e 25 parlamentares da sigla oposicionista não haviam assinado até ontem. O líder, Onyx Lorenzoni (RS), pegou folha em branco e prometeu colher adesões em sua bancada, que anda reticente.

Na moda. Ao retornar dos EUA, Rodrigo Maia (RJ) presenteou o senador Heráclito Fortes (PI) com duas gravatas. "Trouxe uns mimos para você", brincava o presidente do DEM, que assinou ontem o requerimento da CPI.

Indolor. Como presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) poderá escolher a forma de prestar declarações ao Conselho de Ética, caso seja aberto processo. Jader Barbalho (PMDB-PA) depôs na sala da presidência. Aliados dizem que Renan apresentará defesa por escrito.

Deixa disso. Outra sorte de Renan Calheiros é ter amigos que também são amigos de Latif Abud, o ex-sócio que virou inimigo mortal do empreiteiro Zuleido Veras. Ao amansar Abud, eles tentam evitar novos percalços para o presidente do Senado.

Feudo. O fracassado empenho do PMDB do Senado em manter a presidência de Furnas não se deveu apenas à divisão de poder com os deputados da sigla. Há muito o atual presidente da empresa, José Pedro Rodrigues de Oliveira, deixou de ser um homem de Itamar Franco para servir à trinca Renan Calheiros, José Sarney e Jader Barbalho.

Vem aí. Deve estourar em breve nova operação, previamente batizada de Rubi, para investigar fraudes em ações trabalhistas. Alcançará juízes, advogados e funcionários do Ministério do Trabalho.

Psicodrama. Quase 40 professores das três universidades paulistas foram na terça ao Palácio dos Bandeirantes para tratar do litígio com o governo estadual. José Serra ouviu uma penca de reclamações. Respondeu a quase todas.

Eu não. Tarso Genro nega ter fechado acordo para apoiar Miguel Rosseto na disputa interna do PT pela candidatura a prefeito de Porto Alegre. "Defendo que o partido discuta um nome de consenso com aliados históricos como PC do B, PDT e PSB", diz o ministro da Justiça.

Greve. Paulo Bornhausen (DEM-SC) defende que a Câmara não vote o ingresso da Venezuela no Mercosul sob a alegação de que o governo Chávez violou a cláusula de que os países-membros do bloco têm de ser democracias.

Visita à Folha. Roger Agnelli, diretor-presidente da Vale do Rio Doce, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Alex Periscinoto, de Luiz Sales e de Walter Fontoura, da SPGA Consultoria de Comunicação, e de Fernando Thompson, assessor de imprensa da Vale.

Tiroteio

"As universidades têm uma espada na cabeça segurada por um fio que pode ser cortado a qualquer momento".
Do professor MARIO MIGUEL GONZÁLEZ, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sobre os decretos do governo Serra que tratam das universidades paulistas.

Contraponto

Auto-escola

Encerrada uma reunião no Palácio dos Bandeirantes, duas semanas atrás, a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Pena, dirigiu-se ao estacionamento para esperar o carro oficial, parado a alguns metros dali.
Diante da demora, pediu a um assessor que checasse se havia algo de errado com o motorista, novo na função. Pouco depois, mandou outro auxiliar. Por fim, foi ela mesma até o carro e perguntou aos três homens:
-Qual é o problema?
-Bem, ninguém sabe como funciona este câmbio.
-Deixa comigo-, disse, resoluta como a outra Dilma. Depois de dar a partida, a secretária ainda ofereceu ao trio uma breve aula sobre câmbio automático.


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