|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Navalha na emenda
Na esteira da Operação Navalha, líderes da Câmara
negociam a elaboração de emenda constitucional para acabar com o atual formato de emendas ao Orçamento e criar um fundo, nos moldes do FPM, por
meio do qual parlamentares poderiam destinar uma
cota de gastos a Estados e municípios, mas sem definir em qual obra ou convênio o dinheiro seria usado.
O fundo, parte de um pacote de medidas que pretende "disciplinar" o lobby das empreiteiras, teria repasses automáticos bimestrais, segundo texto redigido pelo líder da bancada do PSB, Márcio França (SP),
e entregue ontem aos colegas. "Isso acabaria com a
burocracia enfrentada em Brasília pelos prefeitos,
que decidiriam onde gastar", alega o deputado.
Buzinaço. Os puxadores de
assinaturas da CPI da Navalha devem promover no fim
de semana ações de rua para
divulgar a relação dos parlamentares que assinaram o requerimento. Junto, carregarão a lista de telefones e e-mails dos parlamentares, para
que os eleitores possam incomodar quem não assinou.
Fiel da balança. Está nas
mãos do DEM a viabilização
da CPI da Navalha. Faltam 16
assinaturas, e 25 parlamentares da sigla oposicionista não
haviam assinado até ontem. O
líder, Onyx Lorenzoni (RS),
pegou folha em branco e prometeu colher adesões em sua
bancada, que anda reticente.
Na moda. Ao retornar dos
EUA, Rodrigo Maia (RJ) presenteou o senador Heráclito
Fortes (PI) com duas gravatas. "Trouxe uns mimos para
você", brincava o presidente
do DEM, que assinou ontem o
requerimento da CPI.
Indolor. Como presidente
do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL) poderá escolher
a forma de prestar declarações ao Conselho de Ética, caso seja aberto processo. Jader
Barbalho (PMDB-PA) depôs
na sala da presidência. Aliados dizem que Renan apresentará defesa por escrito.
Deixa disso. Outra sorte
de Renan Calheiros é ter amigos que também são amigos
de Latif Abud, o ex-sócio que
virou inimigo mortal do empreiteiro Zuleido Veras. Ao
amansar Abud, eles tentam
evitar novos percalços para o
presidente do Senado.
Feudo. O fracassado empenho do PMDB do Senado em
manter a presidência de Furnas não se deveu apenas à divisão de poder com os deputados da sigla. Há muito o atual
presidente da empresa, José
Pedro Rodrigues de Oliveira,
deixou de ser um homem de
Itamar Franco para servir à
trinca Renan Calheiros, José
Sarney e Jader Barbalho.
Vem aí. Deve estourar em
breve nova operação, previamente batizada de Rubi, para
investigar fraudes em ações
trabalhistas. Alcançará juízes,
advogados e funcionários do
Ministério do Trabalho.
Psicodrama. Quase 40 professores das três universidades paulistas foram na terça ao Palácio dos Bandeirantes para tratar do litígio com o governo estadual. José Serra ouviu uma penca de reclamações. Respondeu a quase todas.
Eu não. Tarso Genro nega
ter fechado acordo para
apoiar Miguel Rosseto na disputa interna do PT pela candidatura a prefeito de Porto
Alegre. "Defendo que o partido discuta um nome de consenso com aliados históricos
como PC do B, PDT e PSB",
diz o ministro da Justiça.
Greve. Paulo Bornhausen
(DEM-SC) defende que a Câmara não vote o ingresso da
Venezuela no Mercosul sob a
alegação de que o governo
Chávez violou a cláusula de
que os países-membros do
bloco têm de ser democracias.
Visita à Folha. Roger Agnelli, diretor-presidente da
Vale do Rio Doce, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Alex Periscinoto, de
Luiz Sales e de Walter Fontoura, da SPGA Consultoria
de Comunicação, e de Fernando Thompson, assessor
de imprensa da Vale.
Tiroteio
"As universidades têm uma espada
na cabeça segurada por um fio que
pode ser cortado a qualquer momento".
Do professor MARIO MIGUEL GONZÁLEZ, da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da USP, sobre os decretos do
governo Serra que tratam das universidades paulistas.
Contraponto
Auto-escola
Encerrada uma reunião no Palácio dos Bandeirantes,
duas semanas atrás, a secretária de Saneamento e Energia, Dilma Pena, dirigiu-se ao estacionamento para esperar o carro oficial, parado a alguns metros dali.
Diante da demora, pediu a um assessor que checasse se
havia algo de errado com o motorista, novo na função.
Pouco depois, mandou outro auxiliar. Por fim, foi ela
mesma até o carro e perguntou aos três homens:
-Qual é o problema?
-Bem, ninguém sabe como funciona este câmbio.
-Deixa comigo-, disse, resoluta como a outra Dilma.
Depois de dar a partida, a secretária ainda ofereceu ao
trio uma breve aula sobre câmbio automático.
Próximo Texto: Conselho de Ética adia discussão de caso Renan Índice
|