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Militantes recebem R$ 400 no Rio
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A fim de reforçar a presença de
militantes nas panfletagens e atos
públicos dos quais participa o deputado federal Jorge Bittar, candidato petista à Prefeitura do Rio, o
PT está pagando R$ 400 por mês a
pelos menos 20 moças e rapazes.
Os militantes remunerados têm
a incumbência de portar bandeiras do partido durante os eventos
da campanha. Todos vestem camisetas exaltando a candidatura
Bittar. Na cabeça, eles trazem bonés e fitas alusivos ao candidato.
Embora os jovens -a maioria
moças, de 17 a 22 anos- neguem
receber o dinheiro, o próprio Bittar reconheceu que as quantias
são pagas pela organização da
campanha. No dia 23, na avenida
Nossa Senhora de Copacabana
(zona sul), Bittar esteve acompanhado dos militantes.
À Folha, o candidato disse que
pagar militantes "não é uma novidade" para o PT. "Em campanhas
anteriores isso já aconteceu", afirmou Bittar, para quem "R$ 400
não é salário, é ajuda de custo".
Os jovens estão presentes em todas as atividades de rua da campanha, independentemente do
horário. No domingo retrasado,
eles participaram da claque petista em frente à sede da TV Bandeirantes, onde ocorria um debate.
Segundo o candidato, o pagamento aos militantes "não ocorre
de maneira generalizada".
"A militância, como um todo,
tem participado de muitos eventos. A militância vem voluntariamente. Só algumas pessoas, pouquíssimas, que trabalham conosco de sol a sol, carregam bandeiras, recebem essa ajuda de custo",
disse o candidato.
Nas panfletagens, caminhadas e
atos públicos, as bandeiras costumam ser conduzidas pelas jovens,
vestidas de modo padronizado
-calça apertada de cós baixo,
quase sempre jeans, e camisa de
malha amarrada na barriga.
Também trajadas da mesma
forma, outras moças distribuem
os panfletos que enaltecem Bittar
e os candidatos a vereador.
Os rapazes também carregam
bandeiras e entregam panfletos
aos eleitores, mas em menor
quantidade. Cabe a eles uma participação maior na organização
dos locais para onde as bandeiras
são deslocadas.
Os militantes remunerados evitam falar sobre o pagamento. À
Folha, negaram. "Somos militantes mesmo. Venho de Campo
Grande [bairro na zona oeste, distante cerca de 60 km do centro]
para ajudar na campanha", afirmou um dos rapazes que acompanharam Bittar em Copacabana.
Ele não quis se identificar.
Pesquisa do Ibope divulgada na
terça-feira mostra Bittar com 3%
das intenções de voto, atrás de Cesar Maia (PFL), Marcelo Crivella
(PL), Luiz Paulo Conde (PMDB) e
Jandira Feghali (PC do B).
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