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ELEIÇÕES 2004/CAMPANHA
Para candidato, prefeitura é responsável por pedido de indiciamento feito à Justiça suíça; ele prometeu rever contrato do lixo
Maluf atribui investigação na Suíça a Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo Maluf (PP) disse ontem
que o pedido de indiciamento feito contra ele na Suíça, por suposto
crime de lavagem de dinheiro, é
uma iniciativa da Prefeitura de
São Paulo para atrapalhar sua
campanha a prefeito da cidade.
"É uma iniciativa da prefeitura,
que mandou para lá [Suíça], em
véspera da campanha, dois funcionários. É crime de improbidade administrativa: usar dinheiro
público tentando prejudicar um
candidato. É medo da minha eleição", disse o ex-prefeito ontem,
durante visita à Vila Andrade (zona sul de São Paulo).
A prefeitura informou que não
comentaria a declaração.
O pedido de indiciamento de
Maluf foi feito pela Procuradoria
suíça anteontem. Teve como base
um relatório elaborado por um
advogado contratado pela prefeitura para reverter o arquivamento
da investigação sobre o ex-prefeito na Suíça, que ocorreu no início
deste mês. O pedido será analisado por um juiz criminal suíço, que
tem até um mês para se manifestar sobre a denúncia.
A Procuradoria informou que
US$ 5 milhões atribuídos à família Maluf estão bloqueados em
bancos de Zurique. Na ilha de Jersey, autoridades informaram que
o ex-prefeito tem bloqueados US$
200 milhões. Maluf nega ter contas bancárias no exterior.
Campanha "trilionária"
Enquanto Maluf falava à imprensa, passaram pelo local duas
kombis da campanha da prefeita
Marta Suplicy (PT), candidata à
reeleição. Tocavam o jingle da
campanha petista. Sobre o episódio, o ex-prefeito disse não crer
estar sendo monitorado pela adversária: "São tantas peruas que é
quase impossível visitar um lugar
sem encontrar uma. Essa campanha [do PT] é trilionária".
Ironizou: "Como é que o partidos dos pobres, que antes de ir para o governo andava de havaianas, contrata 900 peruas?".
O ex-prefeito comentou o embate entre militantes petistas e tucanos anteontem, na zona norte.
"É coisa de um Brasil que pensei
que não existisse mais. Peço aos
malufistas que respeitem os adversários."
Maluf atacou ainda o contrato
de concessão da coleta de lixo da
cidade feito pela prefeitura. "Terá
investigação do Ministério Público e da Justiça. Vou anulá-lo.
Qualquer administrador experiente sabe que um contrato de 40
anos não pode ser justificado."
(FLÁVIA MARREIRO)
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