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"MENSALÃO"
Nomes são citados em saques
Atores da crise saem de cena após denúncias
DA REDAÇÃO
Da fama ao anonimato, do anonimato à fama. Os personagens
da maior crise política brasileira
dos últimos dez anos inverteram
os papéis nas últimas semanas.
O ex-todo-poderoso presidente
da Câmara João Paulo Cunha, por
exemplo, sumiu. Motivo: documentos revelaram que a mulher
dele, Márcia Milanésio, sacou
R$ 50 mil de conta da SMPB, de
Marcos Valério, acusado de operar o suposto "mensalão".
João Paulo, que desejava disputar o governo de São Paulo, que
almejava virar ministro de Lula,
busca agora salvar seu mandato
de deputado federal. Cogitou renunciar, mas recuou. Continua
incomunicável em um sítio nos
arredores de São Paulo.
Na novela "mensalão", a cidade
serviu de palco para cenas dignas
de comédia pastelão. Vide o caso
de um assessor parlamentar preso com US$ 100 mil na cueca no
aeroporto de São Paulo. José
Adalberto Vieira da Silva, então
assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão de José Genoino, foi detido ao tentar
embarcar para Fortaleza.
Menos verossímil foi sua justificativa: o dinheiro seria referente a
pagamento de verduras vendidas
na Ceagesp. Depois, mudou a versão: o montante iria para a abertura de uma locadora de veículos.
Adalberto deixou o cargo de secretário de organização do PT-CE
e só fala por meio de advogados.
Ainda na seara petista, o ex-líder do PT Paulo Rocha (PA) faz
agora o estilo "low profile", após
justificar o saque de R$ 470 mil da
SMPB feito por sua assessora Anita Leocádia. Rocha diz que o dinheiro teria sido enviado pelo então tesoureiro do PT Delúbio Soares, para quitar dívidas do partido
no Pará. Rocha deixou a liderança
do partido e Leocádia não foi localizada até o momento.
Já os 15 segundos de fama em
preto-e-branco de Maurício Marinho -no vídeo em que aparece
recebendo R$ 3.000 de propina-
viraram dois dias de depoimento
à CPI. Ele alega que o dinheiro era
parte de pagamento de consultoria. Marinho se afastou da estatal
alegando motivos de saúde.
Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do
PL, saiu do anonimato ao aparecer como sacador de R$ 1,3 milhão da SMPB no Banco do Brasil.
Após isso, ninguém mais o achou.
Não bastasse também correr de
repórteres, Solange Pereira fugiu
do emprego. Após ser acusada
por Marcos Valério de sacar R$
100 mil no Rural, a funcionária do
departamento financeiro do PT
não mais foi vista na sede da sigla.
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