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PAINEL
Renata Lo Prete @ - painel@uol.com.br
Cabo-de-guerra
A CPI dos Sanguessugas, que iniciou os trabalhos
cercada de uma dose rara de consenso, entra nesta semana claramente dividida entre governistas e oposicionistas, tônica das mais recentes investigações. O
ponto de virada foi a entrada, na semana passada, do
braço do governo no foco das investigações.
Com isso, parlamentares que integram a comissão
acreditam que a pressão se intensificará. O esforço
concentrado deve levar a Brasília boa parte dos acusados de participar no esquema. Todos querem acesso a
documentos. "O tempo da concórdia acabou. Temos
de acelerar a apuração", diz Raul Jungmann (PPS-PE), vice-presidente da CPI.
Alvo. Os evangélicos não são
o único segmento do Congresso atingido em cheio pela
CPI dos Sanguessugas. A
"bancada da bala", que se
aglutinou contra o desarmamento, aparece em peso na
lista de envolvidos na fraude.
Colou. Adversários de Ney
Suassuna (PB) martelam o
apelido dado a ele pela claque
de Anthony Garotinho:
"Suassuna sanguessuga". O
truque tem sido mortal para a
campanha à reeleição do líder
do PMDB no Senado.
Sangue. Para reagir à suspeita de afrouxamento das
punições, integrantes da CPI
agora falam em provas "robustas" contra mais de 50
parlamentares. O número dos
que escaparão incólumes, dizem, não passa de 15.
Capricho. Maria da Penha
Lino, "infiltrada" da Planam
no Ministério da Saúde, mantinha em seu computador etiquetas para pastas com nome,
gabinete e Estado de vários
parlamentares envolvidos.
Campanha. Vão ao ar hoje
os comerciais do TSE para as
eleições. O mote é o "voto
consciente". A propaganda
diz que cabe ao eleitor ser
"responsável" e "escolher
bem" seus representantes.
Vem aí. A Polícia Federal
prepara megaoperação para
antes das eleições: tentará
atingir a máquina financeira
do PCC. Os policiais estão rastreando a abrangência geográfica da facção e sua ligação
com a lavagem de dinheiro.
Assanhamento. Mesmo
com a redução da vantagem
de Lula, já corre solta a guerra
entre petistas e aliados por
vagas no ministério do eventual segundo mandato.
Mala pronta. Entre os ministros que anunciam disposição para deixar Brasília
mesmo em caso de vitória de
Lula, nenhum parece mais
decidido do que Márcio Thomaz Bastos. O titular da Justiça pretende abrir escritório
em São Paulo, perto de sua casa, a partir de 2007.
Impedimentos. Bastos
disse a assessores que, uma
vez de volta à advocacia, vai se
abster de atuar em causas que
cheguem ao Supremo -ele foi
peça-chave na indicação de
seis dos 11 ministros do tribunal-, ou que envolvam a PF,
hoje sua subordinada.
Em dúvida. Já Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), que também tem manifestado o desejo de mudar
de ares no ano que vem, não é
levado 100% a sério pelos colegas. "Se o presidente pedir,
ele fica", diz um deles.
Baixo risco. Lula fará caminhada pelas ruas de São
Paulo no próximo sábado em
São Mateus, zona leste. O local é reduto de Marta Suplicy.
Cadê? Geraldo Alckmin ordenou uma "força-tarefa" para acelerar seu programa de
governo. A aliados, o tucano
classificou como "preocupante" a falta de comunicação entre os seus colaboradores.
Control C. José Roberto
Arruda (PFL) gravou parte de
seu programa de TV em Goiás
e no Rio. O candidato ao governo do DF quer copiar a rodoviária-modelo de Goiânia e
as vilas olímpicas cariocas.
Tiroteio
"Ele nunca confundiu essas duas coisas. Sempre
se manteve candidato. Espero que ele assuma a
Presidência nos seis meses que lhe restam."
Do deputado federal EDUARDO PAES (PSDB-RJ), candidato tucano ao
governo do Rio de Janeiro, sobre Lula dizer que nunca sabe quando é
candidato e quando é presidente.
Contraponto
Em apuros
Dez anos atrás, os deputados Aldo Rebelo e Renildo Calheiros ciceroneavam Miguel Arraes (1916-2005) por São
Paulo quando, tarde da noite, resolveram deixar o governador pernambucano num hotel da "cracolândia", região
bastante insegura no centro da cidade.
Na saída, o carro pifou. Logo em seguida, os dois viram
um grupo de quase 30 homens se aproximar.
-Calma! Nunca vi assalto com tanta gente- disse Aldo
na tentativa de acalmar o colega, muito assustado.
Mas os rapazes, visivelmente sob o efeito de drogas,
surpreenderam a dupla: colocaram-se à disposição e ajudaram a empurrar o carro quebrado.
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