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Heloísa afirma temer ações de sabotadores
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A organização da campanha
da senadora Heloísa Helena
(PSOL-AL) à Presidência se
preocupa com o risco de que
uma ação mais radical da militância repercuta negativamente na imagem da candidata. Essa hipotética ação poderá resultar de uma provocação ou até
sabotagem de adversários, suspeita a senadora, em conversas
com assessores de campanha.
Em discurso a cerca de 200
militantes reunidos ontem de
manhã na praia de Icaraí (Niterói, cidade a 15 km do Rio), Heloísa Helena alertou para o perigo que representariam agentes provocadores infiltrados
nas manifestações e passeatas
das quais têm participado: "Vamos trabalhar muito sem rancor, sem ódio, sem cair em provocação, mas com o rigor implacável, uma combatividade
daquelas que a gente sabe fazer,
olhando no olho das pessoas,
disputando cada um dos votos".
O tom agressivo típico da senadora se suavizou desde que
sua candidatura se consolidou
como a terceira força da eleição
presidencial, atrás do presidente Lula (PT) e do candidato Geraldo Alckmin (PSDB).
Ontem, ela visitou no morro
do Estado, em Niterói, parentes de cinco rapazes mortos por
policiais militares em dezembro de 2005. A chacina ocorreu
na própria favela, que é controlada pela facção criminosa TCP
(Terceiro Comando Puro) e,
desde então, está ocupada por
equipes do 12º Batalhão da PM.
A candidata lamentou as
mortes, mas disse que a dor de
uma mãe que tem o filho morto
não é diferente da que aflige a
mãe de um policial vitimado
por criminosos: "Não dá para
ver só um lado. A dor da mãe
que perde um filho, seja ele
uma criança da favela, seja ele
um policial assassinado pelo
crime organizado, é a mesma".
Heloísa Helena falou da precariedade de recursos de sua
campanha, comparando-a com
a de seus adversários, e defendeu a prisão dos "marginais de
terno e gravata" e dos "delinqüentes de luxo": "Enquanto
eles estão correndo pelos céus
do Brasil em jatinhos, aerolulas, dólares nas peças íntimas
do vestuário masculino, bilhões de dólares para os banqueiros em paraísos fiscais,
aqui estamos nós. A gente tem
algo que com certeza deve dar
muita inveja neles, que é vergonha na cara e amor no coração".
À tarde, Heloísa Helena participou da Parada Gay do Rio,
em Copacabana: "Nós somos filhos e filhas do mesmo Deus e
da mesma pátria, independentemente das orientações que
tenhamos". Ela negou ter recebido apoio de Anthony Garotinho. "Não há aliança com Garotinho nem apoio. Ele nunca
conversou comigo, nem eu com
ele. Quem quiser que a ditadura
volte, não conte comigo. É onde
as pessoas não possam sequer
expressar o seu voto."
Ela voltou a chamar o ministro Tarso Genro de "moleque
de recados" de Lula ao ser questionada sobre afirmação de petista que a comparou ao presidente do PFL, Jorge Bornhausen. "Tarso não tem o que fazer
porque o governo é incompetente. Não vou bater boca com
moleque de recado do presidente. Ele que vá arranjar um
trabalho para fazer e me tirar
da cabeça dele porque está com
idéia fixa com Heloisinha".
Colaborou CRISTINA TARDÁGUILA
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