|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
"E la nave va"
O início do julgamento do mensalão pelo STF tem
tudo para fomentar a oposição ao foro privilegiado e a
sensação de impunidade. O Supremo deverá decidir,
entre os dias 22 e 31 de agosto, em seis sessões de cinco horas cada, se acolherá ou não a denúncia oferecida
há um ano e meio pelo Ministério Público Federal.
Pelo rito processual, o MPF e os advogados dos 40
acusados vão dispor, ao todo, de dez horas e meia para
a sustentação oral. Depois do voto do relator, cada ministro terá a palavra, podendo pedir vista dos autos e
adiar a votação para outra sessão. Se até lá, com os recursos previstos em lei, os crimes ainda não estiverem
prescritos, o julgamento final será numa sessão em
que o MPF e os advogados falarão durante 41 horas.
Ensaio. O trabalho de reaproximação de Renan Calheiros (PMDB-AL) no recesso foi
sutil. O presidente do Senado
evitou ser ostensivo com colegas, mas chamou a atenção ao
insistir na nova versão de que
vendeu carne para o frigorífico Mafrial, e não para as empresas laranjas que aparecem
nos recibos apresentados.
Nem aí. Os relatores do caso Renan no Conselho de Ética mandaram carta à jornalista Mônica Veloso para que ela
confirmasse as datas dos recebimentos de recursos do presidente do Senado. Passadas
algumas semanas, no entanto,
ela não respondeu ao ofício.
Cansei. Olavo Calheiros
(PMDB) anunciou no fim de
semana o rompimento com o
governador de Alagoas, Teo
Vilela (PSDB). O deputado reclama da demora na reintegração de posse de sua fazenda invadida pelos sem-terra.
Rota de colisão. Ciro Gomes se desentende com o PSB
do Ceará, que com respaldo
do presidente nacional da sigla, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tenta
barrar a candidatura de sua
ex-mulher, Patrícia Saboya, à
prefeitura de Fortaleza.
Porta aberta. A Força Sindical acompanha de perto a
ruptura entre PC do B e CUT.
Presidente da central, o deputado Paulo Pereira da Silva
(PDT-SP) articula aliança
com o grupo de sindicalistas
do partido, que planeja criar
nova entidade até dezembro.
Outro lado. A Funasa afirma que os investimentos do
PAC no Rio ainda não foram
anunciados oficialmente. O
encontro da semana passada
com prefeitos, diz a fundação,
foi apenas preparatório.
Movediço. Ao rejeitar o
convite para comandar a Infraero, Rossano Maranhão
não levou em conta apenas
seu contrato com o Banco Safra. O ex-presidente do BB,
que era a nome favorito do
novo ministro da Defesa, Nelson Jobim, não sentiu lá muita firmeza nos planos do governo para a estatal.
Olha eu aqui. Com a recusa de Maranhão, o ex-deputado petista Airton Soares, do
conselho da Infraero, intensificou a campanha que move
desde sempre para assumir a
presidência da empresa.
Visitinha. Senadores da
CPI do Apagão Aéreo querem
uma reunião com Jobim para
levar o relatório preliminar
aprovado antes do recesso.
Sumiço 1. A crise, pelo jeito, não aflige só passageiros. O
presidente da Pantanal, Marcos Sampaio, alegou "estresse
agudo" para não comparecer
hoje ao depoimento na CPI da
Câmara. Seu atestado médico
tem validade de 60 dias.
Sumiço 2. O presidente da
CPI, Marcelo Castro (PMDB-PI), ficará fora de combate na
primeira semana pós-recesso.
Ao voltar de férias na Rússia,
foi internado em Brasília com
uma crise de diverticulite.
Trava-língua. Além de
Dilma Rousseff, que falou
"Paraíba" em vez de Piauí,
também Lula se confundiu
em visita ao Estado na sexta.
Chamou o município de Gurguéia de "Gurjéia" e o de Jerumenha de "Jurumenha".
Tiroteio
"É a tática chavista de tentar dividir a sociedade.
Lula se coloca como pai dos pobres, mas na
verdade é apenas o pai dos mal-informados."
Do deputado ANTONIO CARLOS PANNUNZIO (PSDB-SP), sobre as críticas governistas ao movimento "Cansei", lançado pela OAB-SP, com o
apoio de empresários, na esteira da tragédia em Congonhas.
Contraponto
O outro não pode
Antes de iniciar sua intervenção, ontem, em debate sobre a reforma política realizado na Universidade Federal
de Alagoas, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, cumprimentou um a um os participantes. Informado de que o estudante sentado no centro da
mesa, responsável pela coordenação do evento, chamava-se Renan, não resistiu à piada, ainda mais por se encontrar no Estado natal do presidente do Senado:
-Apenas este Renan, somente este, eu aceito na presidência da mesa. E pode ficar tranqüilo: não vou pregar
sua cassação, renúncia nem afastamento!
Próximo Texto: Intimidade entre tucanos e Jobim traz incômodo ao PT Índice
|