São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2008

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Para críticos, Ferreira já era ministro de fato

DA ENVIADA AO RIO

O sociólogo baiano Juca Ferreira, 59, anunciado pelo ministro demissionário da Cultura, Gilberto Gil, como seu substituto, é secretário-executivo do MinC (Ministério da Cultura) desde a primeira gestão do governo Lula.
Ferreira se aproximou de Gil em 1988, quando o músico anunciou sua candidatura a prefeito de Salvador. O sociólogo ofereceu-se como voluntário na campanha.
Depois disso, Ferreira assumiu a direção da Fundação Onda Azul, idealizada por Gil e dedicada ao tema da defesa ecológica da água. O sociólogo é do PV (Partido Verde).
Nos bastidores do poder, críticos da atuação simultânea de Gil como ministro e artista insinuavam que Ferreira era o ministro da Cultura de fato.
Admirador de Gil, o secretário-executivo nunca incentivou nem respaldou comentários desabonadores ao ministro.
Em mais de uma conversa com a Folha, ao longo das duas gestões, Ferreira classificou sua presença no ministério como expressão da habilidade política de Gil.
Segundo Ferreira, "ele [o ministro] acha que um dirigente tem que saber escolher pessoas que façam um balance [equilíbrio] com suas próprias qualidades e defeitos". O sociólogo acredita que Gil identificou em sua personalidade profissional uma "capacidade de execução no dia-a-dia" que seria complementar ao seu papel como ministro, "de líder, escudo protetor e o aríete do ministério".
Ontem, Ferreira retornou de viagem oficial à Bolívia, onde participou, ao lado do presidente boliviano Evo Morales, de Encontro de Intelectuais e Artistas do Mundo pela Unidade e Soberania da Bolívia.
(SILVANA ARANTES)


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