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Governo vê problema no Instituto Mirante
Entidade captou verbas pela Lei Rouanet, mas destinou parte delas a empresas da família; instituto diz que projeto foi aprovado
Eletrobrás disse que cabe
ao ministério a avaliação
da prestação de contas dos recursos destinados pela estatal ao Instituto Mirante
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Cultura
apontou diversas irregularidades na prestação de contas
apresentada pelo Instituto Mirante, entidade presidida por
Fernando Sarney que captou
ao menos R$ 150 mil da Eletrobrás como patrocínio cultural.
A prestação de contas do instituto revela ainda que pelo menos R$ 49,2 mil foram destinados a empresas e associações da
família Sarney como pagamento de serviços prestados, revelou ontem o jornal "O Globo".
A entidade de Fernando Sarney captou dinheiro via Lei
Rouanet para o projeto "Brilha
São Luís", que previa apresentações de corais no Natal de
2006 em São Luís. A TV Mirante, a Rádio Mirante e o jornal
"O Estado do Maranhão" -que
pertencem à família Sarney-
receberam R$ 40,2 mil para
anunciar o evento. A Abom (Associação dos Amigos do Bom
Menino das Mercês), entidade
de assistência controlada pela
família, levou outros R$ 9.000
por "ensaios e apresentações
da Banda Bom Menino".
No relatório preliminar da
equipe do MinC são apontadas
falhas na prestação de contas:
falta de diversos documentos
(extratos bancários) e informações incompletas sobre os recursos. A análise técnica indicou que os pagamentos informados não conferiam com a soma das despesas do projeto.
Por conta disso, o MinC enviou comunicado a Fernando
Sarney, em maio, informando
que a situação do instituto era
de inadimplência e dando prazo de cinco dias para que a entidade apresentasse "documentos comprobatórios" e ameaçando pedir "tomada de contas
especial, pelo Tribunal de Contas da União". A equipe do ministério agora analisa os documentos enviados pelo instituto.
Além das notas fiscais referentes ao "Brilha São Luís", a
prestação de contas do Instituto Mirante traz faturas de outro
projeto da entidade -o "Baile
do Fofão" (Carnaval de 2006).
Em fevereiro de 2006, o instituto informou o ministério
que recebeu R$ 70 mil da Eletrobrás a título de patrocínio.
Foram enviadas diversas notas,
inclusive com pagamentos a
empresas da família Sarney.
Em dezembro do mesmo ano,
porém, o instituto enviou documento afirmando que o "Baile
do Fofão" havia sido realizado,
mas com "recursos próprios".
Outro lado
A Eletrobrás disse que cabe
ao MinC a avaliação da prestação de contas do Instituto Mirante e informou que liberou
R$ 100 mil para o projeto "Baile
do Fofão" e R$ 200 mil para o
evento "Brilha São Luís". No site do ministério consta o valor
de R$ 150 mil destinado pela
Eletrobrás para a entidade.
O Instituto Mirante informou que todos os documentos
exigidos pelo ministério foram
enviados "em tempo oportuno"
e ainda se encontram sob análise. A entidade declarou também que o único projeto do instituto contemplado com benefícios da Lei Rouanet foi o "Brilha São Luís". "Os valores destinados à mídia do projeto foram
previamente aprovados pelo
MinC e constam da prestação
de contas."
(LARISSA GUIMARÃES)
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