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SEGREDOS DO PODER
Telmo, Célio Rocha e Adilson Alcântara de Matos são acusados de grampear a sede do BNDES
Procuradores vão indiciar 3 por escuta
SERGIO TORRES
enviado especial a Brasília
O Ministério Público Federal
denunciará à Justiça pelo menos
três suspeitos de grampear telefones no BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico
e Social) durante a privatização
do sistema Telebrás, em 1998.
Os denunciados serão Temílson
Antônio Barreto de Resende, conhecido como Telmo, funcionário da Subsecretaria de Inteligência da Casa Militar; o ex-policial
federal Célio Arêas da Rocha; e o
empresário Adilson Alcântara de
Matos, dono de uma firma de investigação no Rio, a Visan.
Os procuradores que investigam a escuta já decidiram usar a
nova Lei das Testemunhas para
descobrir de quem partiu a ordem de grampear os telefones da
presidência do BNDES durante o
processo de venda das telefônicas.
Assinada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso no último dia 13, a lei 9.807 trata da proteção de testemunhas, vítimas e
acusados que tenham colaborado
com a polícia e a Justiça.
O capítulo 2 da lei fala da proteção a réus colaboradores. O texto
prevê a possibilidade de haver
perdão judicial e extinção da punibilidade do acusado que auxiliar a investigação e o processo
criminal. O inciso 1 fala especificamente no caso de "identificação
dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa".
A Lei das Testemunhas será
usada quando o inquérito aberto
pela Polícia Federal se transformar em ação judicial.
Instaurado em 98, o inquérito,
presidido por Rubens Grandini,
deverá estar concluído em 45 dias.
As denúncias dos procuradores
ocorrerão em seguida.
Mesmo se Grandini não fizer indiciamentos, o Ministério Público
denunciará suspeitos, conforme a
Folha apurou ontem em Brasília.
A decisão de denunciar Telmo,
Matos e Rocha já foi tomada. Um
ou mais suspeitos de serem os
mandantes poderão vir a ser denunciados, de acordo com o que
vier a ser apurado.
Em depoimentos à PF, Telmo,
Matos e Rocha negaram envolvimento em escutas clandestinas.
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