São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
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Covas diz que MP não garante empregos para os metalúrgicos

LÉO GERCHMANN
em São Paulo


O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), criticou ontem a "cláusula especial" incluída na medida provisória que prevê incentivos para a instalação de uma fábrica da Ford na Bahia. De acordo com Covas, a MP não garante empregos.
"Se você tivesse uma fábrica e produzisse em um Estado com 38% de desconto e, em outro Estado, fabricasse o mesmo produto sem desconto, o que você faria? É lógico que você fechava. É óbvio que isso vai acontecer", disse.
"Não é garantia nenhuma (a "cláusula especial'). Também só faltava você dar garantia e dar financiamento para o cara pagar de um lado e levar de outro."
O governador questionou a razão da MP. "Por que você ajuda uma empresa a se instalar? Porque é capital novo, emprego novo. Mas, se é só uma transferência, não obtém esses objetivos."
Covas acha que a determinação segundo a qual a instalação de uma nova fábrica não resultará na transferência de outra é insuficiente. "O que foi feito lá foi um mínimo de concessão, dizendo que isso não pode ser feito ligado. Mas daqui a seis meses estará desligado", disse o governador, queixando-se da inexistência de um prazo definido para a garantia das fábricas já estabelecidas.
Os metalúrgicos da fábrica do Ipiranga (em greve há uma semana) exigirão que a Ford defina o destino de todos os trabalhadores da unidade. A Ford rechaçou todas as suas propostas, entre as quais a garantia de emprego por um ano após o eventual fechamento de qualquer fábrica.
"Disseram que manteriam os empregos da maioria, mas 50% é maioria. Se disserem que mantêm 80%, pediremos esclarecimentos sobre o que farão com os 20% restantes", disse o secretário-geral do sindicato, Eleno Bezerra.


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