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Covas diz que MP não garante empregos para os metalúrgicos
LÉO GERCHMANN
em São Paulo
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), criticou ontem a "cláusula especial" incluída
na medida provisória que prevê
incentivos para a instalação de
uma fábrica da Ford na Bahia. De
acordo com Covas, a MP não garante empregos.
"Se você tivesse uma fábrica e
produzisse em um Estado com
38% de desconto e, em outro Estado, fabricasse o mesmo produto
sem desconto, o que você faria? É
lógico que você fechava. É óbvio
que isso vai acontecer", disse.
"Não é garantia nenhuma (a
"cláusula especial'). Também só
faltava você dar garantia e dar financiamento para o cara pagar de
um lado e levar de outro."
O governador questionou a razão da MP. "Por que você ajuda
uma empresa a se instalar? Porque é capital novo, emprego novo. Mas, se é só uma transferência, não obtém esses objetivos."
Covas acha que a determinação
segundo a qual a instalação de
uma nova fábrica não resultará na
transferência de outra é insuficiente. "O que foi feito lá foi um
mínimo de concessão, dizendo
que isso não pode ser feito ligado.
Mas daqui a seis meses estará desligado", disse o governador, queixando-se da inexistência de um
prazo definido para a garantia das
fábricas já estabelecidas.
Os metalúrgicos da fábrica do
Ipiranga (em greve há uma semana) exigirão que a Ford defina o
destino de todos os trabalhadores
da unidade. A Ford rechaçou todas as suas propostas, entre as
quais a garantia de emprego por
um ano após o eventual fechamento de qualquer fábrica.
"Disseram que manteriam os
empregos da maioria, mas 50% é
maioria. Se disserem que mantêm
80%, pediremos esclarecimentos
sobre o que farão com os 20% restantes", disse o secretário-geral
do sindicato, Eleno Bezerra.
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