São Paulo, sábado, 31 de agosto de 2002

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Candidato espera R$ 4 mi de jantar no Rio

ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO

GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

O comando da campanha do presidenciável Ciro Gomes espera arrecadar entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 milhões como resultado do jantar com cerca de cem empresários, anteontem no Rio.
Segundo a Folha apurou, a avaliação foi feita um dia antes do evento pelos deputados federais João Herrmann (PPS-SP), o mais otimista, e Walfrido Mares Guia (PTB-MG), coordenador da campanha de Ciro. Até quinta, às 20h30, a lista das presenças confirmadas contava com 88 nomes.
A contribuição sugerida pelo comando financeiro da campanha aos convidados do jantar variou entre R$ 10.000 e R$ 20.000 a serem pagos sem data definida.
O anfitrião, Álvaro Otero, do banco Pebb, ofereceu um bufê variado, com destaque para a dupla camarão e risoto de queijo.
Entre o jantar e a sobremesa, o serviço foi interrompido e Ciro falou aos empresários por cerca de uma hora e meia.
Segundo convidados, Ciro classificou as propostas de geração de emprego dos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB) de "balelas".
Havia preocupação de que fossem feitas perguntas que repetissem o clima constrangedor do jantar oferecido ao presidenciável, no último dia 13, em São Paulo, por Ricardo Steinbruch, do Grupo Vicunha.
Na ocasião, Ciro disse estar "se lixando para o mercado" - declaração que a assessoria contesta.
Desta vez o clima foi ameno. Mas a pergunta incômoda surgiu novamente: o que Ciro faria para dar segurança ao mercado?
O assunto foi levantado por José Gustavo de Souza Costa, que integra o Conselho de Administração da Supervia, concessionária de ferrovias do Rio de Janeiro. Para evitar mal-estar, Costa perguntou antes ao porta-voz de Ciro, Egydio Serpa, se poderia abordar o tema. Ouviu um incentivo.
Ciro citou seu governo no Ceará e disse jamais ter tomado qualquer atitude que pudesse despertar desconfiança do mercado.
O presidenciável voltou a defender a reforma tributária para desonerar a produção, a isenção de impostos para alimentos da cesta-básica e propôs um novo modelo de Previdência.

Scheinkman X Mangabeira
O advogado Luiz Alfredo Taunay, presidente do Jockey Club do Rio de Janeiro, perguntou a Ciro que caminho ele seguiria para implantar a reforma estrutural que pretende fazer no país se for eleito: o de José Alexandre Scheinkman, liberal, ou o mais protecionista, de Mangabeira Unger?
Ciro disse que há muito em comum nas suas propostas. Em caso de divergência das duas linhas, a decisão seria dele, Ciro.
Chamou a atenção dos convidados a presença de Isabel Gros, mulher do presidente da Petrobras, Francisco Gros, que se sentou à mesa de Ciro.
Estavam entre os presentes: Lúcio Gomes, irmão e arrecadador de recursos para a campanha; o presidente do PFL, Jorge Bornhausen; o senador Geraldo Althoff (PFL-SC); Eduardo Plass, do banco Pactual; Gonçalo Meireles, do Banif Primus; Paulo Sodré, presidente do Grupo Brascan; Dorio Ferman, do Opportunity; Pio Borges, ex-presidente do BNDES e agora na Violy Byorum & Partners, de fusões e aquisições; Sergio Carvalho, presidente do Conselho do Grupo Ancar; Cláudio Salles, da Mirant do Brasil, do setor elétrico; e Luís Otcavio da Motta Veiga, presidente do Conselho da Brasil Telecom.


Colaborou RAFAEL CARRIELLO, da Sucursal do Rio


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