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Candidato espera R$ 4 mi de jantar no Rio
ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO
GABRIELA ATHIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando da campanha do
presidenciável Ciro Gomes espera
arrecadar entre R$ 3,5 milhões e
R$ 4 milhões como resultado do
jantar com cerca de cem empresários, anteontem no Rio.
Segundo a Folha apurou, a avaliação foi feita um dia antes do
evento pelos deputados federais
João Herrmann (PPS-SP), o mais
otimista, e Walfrido Mares Guia
(PTB-MG), coordenador da campanha de Ciro. Até quinta, às
20h30, a lista das presenças confirmadas contava com 88 nomes.
A contribuição sugerida pelo
comando financeiro da campanha aos convidados do jantar variou entre R$ 10.000 e R$ 20.000 a
serem pagos sem data definida.
O anfitrião, Álvaro Otero, do
banco Pebb, ofereceu um bufê variado, com destaque para a dupla
camarão e risoto de queijo.
Entre o jantar e a sobremesa, o
serviço foi interrompido e Ciro falou aos empresários por cerca de
uma hora e meia.
Segundo convidados, Ciro classificou as propostas de geração de
emprego dos presidenciáveis Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) e José
Serra (PSDB) de "balelas".
Havia preocupação de que fossem feitas perguntas que repetissem o clima constrangedor do
jantar oferecido ao presidenciável, no último dia 13, em São Paulo, por Ricardo Steinbruch, do
Grupo Vicunha.
Na ocasião, Ciro disse estar "se
lixando para o mercado" - declaração que a assessoria contesta.
Desta vez o clima foi ameno.
Mas a pergunta incômoda surgiu
novamente: o que Ciro faria para
dar segurança ao mercado?
O assunto foi levantado por José
Gustavo de Souza Costa, que integra o Conselho de Administração
da Supervia, concessionária de
ferrovias do Rio de Janeiro. Para
evitar mal-estar, Costa perguntou
antes ao porta-voz de Ciro, Egydio Serpa, se poderia abordar o tema. Ouviu um incentivo.
Ciro citou seu governo no Ceará
e disse jamais ter tomado qualquer atitude que pudesse despertar desconfiança do mercado.
O presidenciável voltou a defender a reforma tributária para desonerar a produção, a isenção de
impostos para alimentos da cesta-básica e propôs um novo modelo
de Previdência.
Scheinkman X Mangabeira
O advogado Luiz Alfredo Taunay, presidente do Jockey Club do
Rio de Janeiro, perguntou a Ciro
que caminho ele seguiria para implantar a reforma estrutural que
pretende fazer no país se for eleito: o de José Alexandre Scheinkman, liberal, ou o mais protecionista, de Mangabeira Unger?
Ciro disse que há muito em comum nas suas propostas. Em caso de divergência das duas linhas,
a decisão seria dele, Ciro.
Chamou a atenção dos convidados a presença de Isabel Gros,
mulher do presidente da Petrobras, Francisco Gros, que se sentou à mesa de Ciro.
Estavam entre os presentes: Lúcio Gomes, irmão e arrecadador
de recursos para a campanha; o
presidente do PFL, Jorge Bornhausen; o senador Geraldo Althoff (PFL-SC); Eduardo Plass, do
banco Pactual; Gonçalo Meireles,
do Banif Primus; Paulo Sodré,
presidente do Grupo Brascan;
Dorio Ferman, do Opportunity;
Pio Borges, ex-presidente do
BNDES e agora na Violy Byorum
& Partners, de fusões e aquisições; Sergio Carvalho, presidente
do Conselho do Grupo Ancar;
Cláudio Salles, da Mirant do Brasil, do setor elétrico; e Luís Otcavio da Motta Veiga, presidente do
Conselho da Brasil Telecom.
Colaborou RAFAEL CARRIELLO, da Sucursal do Rio
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