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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Guerra das qualis 1
O comando da campanha de Lula foi dormir na terça-feira contando cinco motivos para comemoração:
Sensus, Datafolha, FHC no "Jornal Nacional" a atacar
seu sucessor, o horário eleitoral mais agressivo de Geraldo Alckmin e, por fim, a avaliação negativa do programa do tucano na pesquisa qualitativa conduzida
pela equipe do candidato do PT.
Segundo coordenadores, cerca de metade dos entrevistados em oito capitais nem ao menos entendeu
que as referências do locutor, no trecho final, a mensalão e outros escândalos faziam parte da propaganda
de Alckmin, julgando que se tratava do horário de algum nanico. A outra metade reagiu mal à ofensiva.
Guerra das qualis 2. A
informação no QG tucano ontem era outra. De acordo com
os responsáveis pela campanha, o programa de Alckmin
foi considerado melhor que o
de Lula em grupos de view-fact (avaliação instantânea
que mistura elementos quantitativos e qualitativos) realizados em sete capitais.
Guerra das qualis 3. O
placar nos grupos antes da
exibição dos programas era de
28 eleitores pró-Alckmin, 30
pró-Lula e 13 de outros candidatos ou indecisos. Depois, teria mudado para 47 (Alckmin), 21 (Lula) e 3 (outros).
Floral. Bastou a inflexão na
propaganda de Alckmin para
o clima no PFL desanuviar. A
cúpula da sigla colheu do
cientista político Antonio Lavareda a seguinte avaliação: se
a diferença entre Lula e os demais candidatos cair para 8
pontos nas próximas pesquisas, haverá segundo turno.
Retranca. A ordem na campanha de Alckmin é não avançar o sinal na TV a ponto de
Lula conseguir direito de resposta no TSE. "Isso transformaria o que pode ser um gol
em gol contra", diz um dirigente pefelista, após conversa
com o QG da propaganda.
Quórum. O PSDB organiza
para segunda-feira que vem
uma caminhada pelo centro
de São Paulo. Batizado de
"mutirão da arrancada", o ato
ocorrerá na hora do almoço
para que seja engrossado por
tucanos empregados na prefeitura e no governo estadual.
Polêmica. O PFL preparava
ontem representação à Justiça Eleitoral contra levantamento do Ibope para o Senado em Santa Catarina. O instituto não incluiu entre os municípios pesquisados Lages,
onde o candidato da sigla, Raimundo Colombo, foi prefeito.
Repaginado. José Dirceu,
piloto da votação da reforma
da Previdência em 2003 como
ministro da Casa Civil, agora
diz em seu blog que uma nova
mudança no setor "faz parte
do tripé do discurso conservador e do programa de governo
tucano-pefelista". As duas outras "pernas" seriam corte de
gastos e reforma tributária.
Do contra. Já o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci defendeu em palestra
ontem para economistas paulistas tudo aquilo que o PT
omitiu em seu programa de
governo, citando alterações
tributárias e na Previdência.
Por fora. O lançamento de
Fernando Collor (PRTB-AL)
ao Senado assustou o adversário José Thomaz Nonô (PFL).
Se o favorito Ronaldo Lessa
(PSB) for mesmo barrado pela Justiça Eleitoral, o segundo
colocado ficará com a cadeira
desde que tenha mais de 50%
do restante dos votos válidos.
Na miúda. Collor deixou
para registrar sua candidatura na undécima hora a fim de
adiar o bombardeio a que será
submetido por Nonô e aliados
de Renan Calheiros (PMDB).
Ainda dá. No apagar das
luzes do governo, o ministro
Hélio Costa (Comunicações)
negociava ontem no Senado
com José Sarney e Renan Calheiros a indicação de Emília
Ribeiro, assessora da presidência da Casa, para um lugar
vago no Conselho da Anatel.
Tiroteio
"FHC quebrou a economia e mostrou sua
vocação de demolidor. Agora ataca de
incendiário. Baixou o Nero no ex-presidente."
Do líder do PT na Câmara, HENRIQUE FONTANA (PT-RS), sobre o discurso de Fernando Henrique Cardoso em que o ex-presidente conclama o
PSDB a colocar "fogo no palheiro" na campanha contra Lula.
Contraponto
Imprensa livre
Em recente viagem de carro pelo interior de Sergipe, o
candidato ao governo Marcelo Déda (PT) discutia a cobertura da campanha pela imprensa com os aliados Antonio Carlos Valadares, senador pelo PSB, e Jackson Barreto, petebista que já comandou a Prefeitura de Aracaju.
-Valadares, saiu na coluna social que você tem 58 anos.
Tem de ligar lá e avisar que são 62 -, brincou Barreto.
O senador, irônico, respondeu:
-Acha que eu, senador por um partido de esquerda,
vou atentar contra a liberdade de imprensa? Se o jornal
quer me dar 58 anos, acho que é legítimo e democrático.
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