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Alckmin diz que Lula "está roubando dinheiro do povo"
Para tucano, presidente faz uso "despudorado" da máquina pública em campanha
Presidenciável do PSDB diz que petista economiza para o PT ao usar visitas como presidente para gravar imagens para a televisão
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Candidato à reeleição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está roubando dinheiro do
povo", afirmou ontem no Rio o
candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
Alckmin disse que o presidente "está roubando" quando
se referia a atos de campanha
dos quais ele vem participando.
O tucano acusou Lula de fazer a
campanha valendo-se de facilidades propiciadas pelo cargo de
presidente da República.
De acordo com o ex-governador de São Paulo, a campanha
de Lula vem sendo caracterizada pela "utilização despudorada da máquina pública". Disse
ainda que, ao circular pelo país,
"o presidente está fazendo economia para o PT".
"Ele tem que fazer o evento
para sair na televisão, então ele
visita a Petrobras, visita o Banco do Brasil, visita a Caixa Econômica Federal. É só política.
Mas faz como se fosse presidente. Não, está errado", afirmou Alckmin.
A frase em que diz que o presidente rouba foi dita em seguida pelo candidato tucano.
"Ele está roubando o dinheiro do povo. Olha a que pontos
nós chegamos. Ficou tudo normal. Mas como normal? Isso é
crime. Olha o exemplo que está
dando para uma prefeiturazinha pequenininha lá do interior do país o presidente da República. Então, é a utilização da
máquina, propaganda."
O duro ataque do candidato
tucano ao presidente ocorreu
durante sabatina promovida
pelo jornal "O Globo".
Televisão
Alckmin disse que a televisão
mostrou bem nos últimos meses o suposto aproveitamento
de Lula da função de presidente
para difundir mais ainda sua
imagem por todo o país.
"Até junho era impressionante. Você ia mudando o canal
e acompanhando as propagandas do governo", disse.
A liderança de Lula nas pesquisas de intenção de votos foi
creditada pelo candidato do
PSDB também ao fato de ser
presidente e ter disputado quatro eleições presidenciais.
"Você vai somando o "recall",
a utilização da máquina, a exposição na mídia. Com tudo isso, tem 49% do aprovação."
A última pesquisa Datafolha
mostra Lula com 50% das intenções de votos, contra 27%
de Alckmin.
Apesar da distância e de estar
a um mês da eleição, o candidato do PSDB reafirmou que estará no segundo turno e que ganhará a disputa com Lula.
"Isso muda, isso é um processo de natureza eleitoral. As pessoas se impressionam com pesquisa um tempo antes. Voto é
no dia 1º de outubro." Alckmin
falou acreditar que as definições de votos ocorrerão mais à
frente. Entre as razões da demora na escolha, citou o "desencanto com a política".
Dificuldades
O fato de correligionários do
PSDB estarem aderindo a Lula
foi minimizado pelo ex-governador. Os casos do Ceará e de
Pernambuco foram citados.
"Eu não vou ficar choramingando. Claro que, se todo mundo ajudasse, eu iria mais depressa [subir nas pesquisas]",
disse ele, que apontou a primeira eleição que disputou, aos 23
anos em Pindamonhangaba
(SP), sua cidade natal, como a
mais difícil. "Estou muito bem
na campanha. Para mim, [essa
eleição] não é a mais difícil. Já
disputei mais duras."
Alckmin reafirmou não acreditar que haja ligações entre PT
e PCC. "Não faço ligações de
natureza partidária. Mas que
tem ligação com processo eleitoral, interferência, não tem
dúvida", disse.
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