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Presidente diz que, antes dele, economia do país se arrastava como num "xaxado"
EDUARDO SCOLESE
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após o programa de
governo do PT ter apontado pefelistas e tucanos como causadores da concentração de renda e da estagnação da economia, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva seguiu na mesma
linha. Num discurso oficial em
evento sobre biocombustível
na CNI (Confederação Nacional da Indústria), disse que antes de sua gestão "a economia
brasileira se arrastou mais ou
menos como o xaxado".
"Estávamos devendo bilhões
e bilhões de dólares, não tínhamos feito distribuição de renda
correta. Aí passamos praticamente 20 anos em que a economia brasileira se arrastou, mais
ou menos como o xaxado. Arrastava só o pé porque, se levantasse, gastava muita energia," disse Lula. Dança do sertão nordestino, o xaxado deve
seu nome ao som que as sandálias dos cangaceiros faziam
quando se arrastavam no chão.
A citação à dança não foi por
acaso. Antes de sua fala, Lula
ouviu um especialista em biodiesel dizer que os nordestinos,
para se cansar menos, dançavam xaxado sem tirar os pés do
chão. Lula gostou da história e a
adaptou ao seu discurso, em
parte lido e em parte improvisado. Quando deixou o texto de
lado, mirou seus ataques nos
tucanos. Repetiu que tem "levado o Brasil a sério" e enalteceu a necessidade de crescimento com distribuição de renda. Ele usou o apagão de 2001
para dizer que, naquele ano, "o
Brasil potente, vendido com galhardia nos quatro cantos do
mundo, foi vítima de um apagão que pouca gente esperava".
Pobres
Ainda ontem, em uma visita
de pouco mais de 20 minutos
ao velório de d. Luciano Mendes de Almeida, Lula informou
à igreja lotada que recebeu dele
o pedido para ir "em frente" e
"não esquecer os pobres deste
país". Disse que a morte de d.
Luciano traz a responsabilidade de cumprir a tarefa do arcebispo. "Teremos que nos transformar em muitos dons Lucianos para cumprir sua tarefa."
O presidente não acompanhou o cortejo de enterro, a
missa nem a cerimônia na principal igreja de Mariana em razão de ter agenda em Brasília.
Colaborou FABIANE LEITE, enviada especial a
Mariana (MG)
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