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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Orçamento 2007 não reduz carga tributária
Proposta a ser apresentada hoje prevê carga de 26,19% do PIB, contra 26,14% da previsão que foi feita para este ano
Em discurso, porém, os ministros da Fazenda e do Planejamento reafirmam que governo vai trabalhar para diminuir impostos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE
Assim como o programa de
governo de Luiz Inácio Lula da
Silva, o projeto de Orçamento
da União para 2007 também
não prevê a redução da carga
tributária federal.
Segundo a Folha apurou, as
projeções da área técnica apontam para uma carga de impostos, taxas e contribuições de
R$ 602 bilhões, equivalentes a
26,19% da renda nacional
-uma pequena elevação sobre
os 26,14% do PIB nas estimativas para este ano.
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) disse ontem que a
redução do peso dos impostos
continua sendo uma meta do
governo. Incluindo os tributos
estaduais e municipais, a carga
tributária atingiu recorde de
37,37% do PIB no ano passado.
"Já falei e repito: vamos reduzir a carga tributária, vamos
manter o superávit primário
em 4,25% do PIB, vamos continuar fazendo esforço fiscal, diminuindo gastos de custeio",
afirmou Mantega, que não falou em prazos ou números.
O projeto de Orçamento de
2007, a ser enviado hoje ao
Congresso, mostra por que o
tema virou tabu na campanha.
Se a meta de superávit for mantida, só é possível cortar tributos reduzindo as despesas.
A área econômica, porém,
desistiu de cumprir integralmente o compromisso de reduzir em 0,1 ponto percentual do
PIB as despesas permanentes.
A medida foi fixada na Lei de
Diretrizes Orçamentárias para
2007, ainda não aprovada pelo
Congresso. Para contornar a
restrição, os ministérios da Fazenda e do Planejamento vão
tirar programas sociais da lista
das despesas sujeitas à regra.
A proposta orçamentária
prevê aumento dos gastos com
pessoal de R$ 108 bilhões para
R$ 117 bilhões; com investimentos, de R$ 15,5 bilhões para
R$ 17,5 bilhões; e um salto de
R$ 41 bilhões para R$ 46 bilhões do déficit da Previdência.
O ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, disse que o governo tomará medidas que não
estão previstas no programa.
Entre elas, a redução gradual
da CPMF e da DRU (Desvinculação de Receitas da União).
"O programa não fala da
DRU e não fala da CPMF, mas a
gente tem de resolver", afirmou. "Não vejo como podemos
fugir do debate", acrescentou
ele, insistindo na proposta de
redução gradual da carga tributária. Bernardo diz que o prazo
necessário para redução seria
de dez anos e que medidas de
curto prazo não são saudáveis.
Ele defendeu uma redução
de 0,3 a 0,5 ponto percentual
por ano da carga tributária em
relação ao PIB, podendo chegar a 3% em dez anos.
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