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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Kassab contradiz Serra sobre escola de lata
Prefeito do PFL diz que acabará com 3 escolas até setembro; em programa na TV, tucano afirma que já acabou com elas
Assessoria de candidato diz que propaganda do dia 23 não informa que ele acabou com todas; programa de ontem afirma o contrário
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), disse ontem que ainda há escolas de lata
na cidade de São Paulo e que
pretende acabar com elas até o
fim de setembro deste ano.
A declaração contradiz o que
vem sendo anunciado no programa de televisão do tucano
José Serra, candidato do PSDB
ao governo de São Paulo.
No programa eleitoral de ontem, o locutor enunciou: "Serra
acabou com as escolas de lata".
Na versão que foi ao ar em 23 de
agosto, a declaração foi mais
sutil: "Na prefeitura da capital,
José Serra cuidou da educação
com o mesmo carinho. Prometeu acabar com as escolas de latas e cumpriu".
Ontem, na rádio Eldorado,
Kassab foi questionado sobre a
eliminação dessas escolas e respondeu: "Até o final de setembro queremos definitivamente
eliminar as escolas de lata da cidade de São Paulo. Esta administração deu prioridade zero à
questão e estamos felizes por
ter atingido essa meta".
Kassab era vice de Serra até
março, quando o tucano deixou
a prefeitura para disputar o Estado. O pefelista também tem
se mostrado um aliado fiel da
candidatura tucana, inclusive
organizando reuniões com prefeitos da Grande São Paulo para
dar apoio a Serra.
Justificativas
A assessoria de Serra argumenta que o programa de TV
não disse que o tucano acabou
com todas as escolas de lata enquanto governou o município,
e que as que sobraram foram só
por questões burocráticas.
A prefeitura diz que 80 mil
crianças estudavam em 51 escolas de lata no início de 2005,
quando Serra e Kassab assumiram o município.
Desse total, 44 escolas foram
substituídas por prédios de alvenaria. Sobraram sete, sendo
que os alunos de quatro dessas
escolas foram remanejados para outros estabelecimentos. As
três restantes serão substituídas em setembro deste ano.
Segundo a prefeitura, só há
crianças nas escolas de lata porque seus pais enviaram um
abaixo-assinado no qual pediam que seus filhos não fossem para outras escolas. A
queixa, diz a prefeitura, é que as
escolas de destino ficariam distantes das casas dos alunos.
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