DO ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Ao alinhavar uma série de méritos que atribuiu ao governo Fernando Henrique Cardoso, o presidente da Assembléia Nacional francesa, o socialista Raymond Forni, incluiu até um elogio ao Fórum Social Mundial, iniciativa justamente da oposição a FHC.
Forni louvou o fórum de Porto Alegre, citando-o como "um dos locais de nascimento, em janeiro passado" do que chamou de "opinião pública mundial".
Entre os partidos políticos, foi o PT, o maior crítico do governo FHC, que capitalizou a iniciativa, da qual participaram dois ministros do governo Lionel Jospin, que, ontem, estava na primeira fila do hemiciclo da Assembléia, aplaudindo o discurso de FHC.
O sindicalista francês José Bové, um dos fundadores da Confederação Camponesa, também esteve no fórum e quase foi deportado do Brasil, depois de participar da destruição de uma plantação da multinacional Monsanto.
FHC, por sua vez, deve ter aplaudido, pelo menos intimamente, tanto o discurso de Forni como a sua intervenção anterior, na entrevista coletiva conjunta. Ambos foram música para o ouvido do presidente.
O deputado socialista lembrou que FHC teve seu primeiro contato com a França há 40 anos, como estudante de sociologia, e se derramou em elogios pela "evolução profunda e irreversível" do Brasil, a partir de 1995 (o ano em que FHC assumiu).
Não faltou um elogio à vitória contra a "hiperinflação", às "diferentes ações" que "contribuíram para fazer recuar de maneira considerável a pobreza", e ao programa de combate à Aids, menina dos olhos do ministro da Saúde, José Serra, um dos principais presidenciáveis do PSDB.
Fernando Henrique foi o 10º chefe de Estado/governo ou de organismo internacional a falar da tribuna da Assembléia Nacional, o Parlamento francês.
(CLOVIS ROSSI)



Texto Anterior: Touraine elogia ex-aluno, mas não lhe dá 10
Próximo Texto: Leia o discurso do presidente na Assembléia da França
Índice