CATIA SEABRA
REPORTAGEM LOCAL

Marcada por ansiedade, cuidados especiais com segurança e pelo medo- tanto do erro como do "efeito Guarujá" - a última semana de campanha bem que poderia ser arrancada dos calendários para a alegria de tucanos. Especialmente do candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra.
Alerta por natureza, Serra se policiou para evitar deslizes e, em conversas, chegou a confessar como "evidente" o desejo de qualquer um em sua situação: de só acordar amanhã. Como foi possível, até o dia do debate, Serra acompanhou cada passo dos coordenadores de campanha.
Ao longo da semana, coordenadores recorreram a um tranqüilizante natural, valeriana, produzido em farmácia de manipulação, para facilitar o sono.
"É a semana de maior apreensão. A gente nem dorme direito", admite o presidente municipal do PSDB e coordenador da campanha de Serra, deputado Edson Aparecido, um dos adeptos da receita homeopática. "Os cuidados são reforçados. A gente pode tropeçar. Os últimos lances podem até comprometer uma parte de toda a campanha", endossa o deputado federal e coordenador da campanha, Walter Feldman, o fornecedor do remédio.
Por isso os tucanos tentaram blindar Serra, apesar da decisão de visitar locais onde houve confronto no primeiro turno. Na terça-feira, por exemplo, os tucanos desistiram da atividade em Parelheiros - reduto petista - por temer conflito. E optaram pela Capela do Socorro. Tinha havido enfrentamento nos dois lugares, mas os tucanos concordavam que Parelheiros seria mais perigoso.
Uma equipe extra de repórteres também foi escalada para registrar qualquer tentativa de armadilha nas atividades de campanha.
Serra acabou reproduzindo essa tensão. Para desgosto dos aliados, discutiu com jornalistas numa entrevista de rádio e na rua. Nas duas ocasiões, se queixou de favorecimento a Marta. Na sexta-feira, Serra se preparou, com massagem, para o debate da TV Globo.


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