São Paulo, domingo, 31 de outubro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Contratempos não abalaram campanha

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Tinha tudo para ser uma semana de irritação. Mas os últimos oito dias de campanha de Marta Suplicy (PT) acabaram transformando desânimo em esperança.
O abatimento atingiu a coordenação da campanha já na noite de quinta da semana passada, com a prisão do publicitário Duda Mendonça, detido em uma rinha de galos no Rio. O dramaturgo José Celso Martinez Corrêa sintetizou o caso: "Aquilo ali foi macumba".
E parecia, mesmo, um ebó. Mal refeita das estocadas, Marta começou o sábado passado com uma leitura que renderia azedume para o resto da semana.
Mônica Dallari, namorada do ex-marido de Marta, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), dizia com todas as letras à "Veja" que a campanha da petista estava equivocada, que Marta estava "mudada". Com tanta notícia ruim, Marta chorou num evento e disse ser vítima de "perseguição" e "preconceito". E foram as lágrimas, na avaliação do diretor do Datafolha, Mauro Paulino, que ajudaram a reduzir a diferença contra José Serra (PSDB).
O outro ingrediente que contribuiu para melhorar a performance de Marta, de acordo com Paulino, foi a mudança na linha do programa eleitoral. No início do segundo turno, a coordenação apostou suas fichas em desgastar o candidato a vice de Serra, Gilberto Kassab (PFL-SP).
Como os ataques não surtiram efeito, apelou-se para o emotivo. Marta apareceu na TV dizendo que seu adversário não teria "o mesmo carinho" que ela para cuidar dos CEUs, do Passa-Rápido e do bilhete único, por exemplo.
Segundo a pesquisa Datafolha divulgada na seqüência dos acontecimentos, Marta reduziu a sete pontos percentuais a distância que a separa de Serra.


Texto Anterior: São Paulo: Por 4 horas, Marta vai atrás de votos no metrô
Próximo Texto: Artigo: Onde mora a rejeição a Marta?
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.