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Contratempos não abalaram campanha
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Tinha tudo para ser uma semana de irritação. Mas os últimos oito dias de campanha de Marta Suplicy (PT) acabaram transformando desânimo em esperança.
O abatimento atingiu a coordenação da campanha já na noite de
quinta da semana passada, com a
prisão do publicitário Duda Mendonça, detido em uma rinha de
galos no Rio. O dramaturgo José
Celso Martinez Corrêa sintetizou
o caso: "Aquilo ali foi macumba".
E parecia, mesmo, um ebó. Mal
refeita das estocadas, Marta começou o sábado passado com
uma leitura que renderia azedume para o resto da semana.
Mônica Dallari, namorada do
ex-marido de Marta, o senador
Eduardo Suplicy (PT-SP), dizia
com todas as letras à "Veja" que a
campanha da petista estava equivocada, que Marta estava "mudada". Com tanta notícia ruim,
Marta chorou num evento e disse
ser vítima de "perseguição" e
"preconceito". E foram as lágrimas, na avaliação do diretor do
Datafolha, Mauro Paulino, que
ajudaram a reduzir a diferença
contra José Serra (PSDB).
O outro ingrediente que contribuiu para melhorar a performance de Marta, de acordo com Paulino, foi a mudança na linha do
programa eleitoral. No início do
segundo turno, a coordenação
apostou suas fichas em desgastar
o candidato a vice de Serra, Gilberto Kassab (PFL-SP).
Como os ataques não surtiram
efeito, apelou-se para o emotivo.
Marta apareceu na TV dizendo
que seu adversário não teria "o
mesmo carinho" que ela para cuidar dos CEUs, do Passa-Rápido e
do bilhete único, por exemplo.
Segundo a pesquisa Datafolha
divulgada na seqüência dos acontecimentos, Marta reduziu a sete
pontos percentuais a distância
que a separa de Serra.
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