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Argentina festeja eleição de Lula; mídia destaca "grande triunfo" do presidente
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
A Argentina já comemorava a
reeleição do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT), mas
respirou ainda mais aliviada
quando escutou as palavras do
petista em sua primeira entrevista depois de reeleito. Lula citou a relação de "confiança"
com a Argentina, disse que o
presidente argentino, Néstor
Kirchner, é um aliado estratégico, e ressaltou que está comprometido com a integração
entre os países do Mercosul.
Era exatamente o que o país
vizinho esperava ouvir. Nos
principais jornais argentinos,
títulos chamavam a atenção para o "grande triunfo" do petista
e mostravam um Lula sorridente em belas fotos coloridas.
"La Nación", "Clarín" e "Página/12", os três principais jornais diários do país, destacaram ontem que, apesar da votação maior do que em 2002, a
reeleição de Lula ocorre com
"menos esperança e entusiasmo". Enfatizam, porém, a "alegria" argentina diante da vitória petista. A explicação é simples: o mesmo discurso tucano
que, do lado brasileiro, agradava à Fiesp, era considerado como um pesadelo pela UIA
(União Industrial Argentina),
que, no cenário argentino, tem
importância política equivalente à da entidade paulista.
Para os industriais argentinos, uma vitória de Geraldo
Alckmin seria um "risco para a
economia" de seu país. Já Lula
era visto como "um homem
comprometido com a industrialização da Argentina". Segundo o empresariado, a defesa
do petista se deve ao fato de que
Lula, para manter o Mercosul
unido, assumiu o custo de
apoiar salvaguardas que possibilitaram a adaptação competitiva no comércio dos dois países, pondo fim à enxurrada de
bens brasileiros na Argentina.
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