São Paulo, Sexta-feira, 31 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Próximo Texto | Índice

PAINEL

Desespero eletrônico

Prioridade do PSDB paulista: fazer alianças com o PFL e o PTB para tentar alavancar a candidatura de Geraldo Alckmin a prefeito de SP. Só com o tempo de TV do partido, avalia-se que o nome não emplaca.

Tarefa hercúlea

Os tucanos paulistas se assustaram com o fato de Geraldo Alckmin continuar com 2% no Datafolha, apesar da exposição por mais de um mês em comerciais no horário nobre da TV. Daí, mesmo fingindo esnobar outros partidos, estarem atrás de alianças. No desespero, tem gente que fala até no PMDB.

Quem te viu, quem te vê

O PMDB paulistano está próximo de uma aliança com Erundina (PSB) para a eleição municipal de 2000 e longe do PSDB. Para fechar acordo, os tucanos sonham numa vitória de Michel Temer sobre Quércia na luta pelo controle da legenda. Detalhe: na capital, é o ex-governador quem tem maioria.

Anônimo em SP

Caciques tucanos dizem que, nas pesquisas qualitativas (pequenos grupos que apontam tendências), Geraldo Alckmin se encaixa no perfil mais desejado para o próximo prefeito. O problema é que é desconhecido e tem de convencer na TV.

Namoro na esquerda

Marta Suplicy (PT) não demonstra interesse em conversar apenas com Erundina (PSB). Emissários seus sondaram Emerson Kapaz (PPS) para eventual aliança na disputa pela Prefeitura de SP, em outubro.

Chance zero
Cunha Bueno (PPB) tem insistido com Paulo Maluf para, no caso de o ex-prefeito não disputar a eleição do ano que vem, ser o candidato do partido à Prefeitura de São Paulo.

Missão dura

A melhor aposta do PT baiano para as eleições municipais de outubro é a candidatura do deputado federal Jacques Wagner a prefeito de Camaçari. Lula e auxiliares avaliam que é o nome com mais chance de furar o poderio de ACM na Bahia.

Versão oficial

Arnaldo Jardim, presidente do PPS paulista, nega ter adotado a estratégia de não filiar candidatos a prefeitos agora, na expectativa de que venham para a sigla depois de eleitos. Diz que o partido terá 300 candidatos em SP e que eles são a prioridade.

Uma vez tucano...

Mesmo sem crescer nas pesquisas em 99, Ciro (PPS) consolidou-se como o presidenciável preferido dos simpatizantes tucanos. No cenário com Covas (PSDB), teria quase três vezes mais votos nesse eleitorado do que o governador paulista.

De aliado a inimigo

Os cinco anos de oposição sistemática ao governo FHC e aos governadores tucanos nos Estados tiveram um preço para Lula. Mais do que entre eleitores que preferem o PFL ou PPB, é no eleitorado simpatizante do PSDB que o petista tem menor aceitação: só 9% dos votos.

Xará incômodo

Diretor do Banco do Estado do Espírito Santo, Sérgio Vasconcelos deixa claro não ter nada a ver com o cidadão, homônimo seu, que anda pedindo dinheiro a empresários em nome de ministros. É outro Sérgio que usa o golpe de pedir verba para o Comunidade Solidária.


Especulação rápida

Esperidião Amin (PPB-SC) emplacou no ""The New York Times". Em texto sobre o Brasil, o jornal americano usou o termo ""capitalismo de motel", criado pelo governador, para caracterizar capitais de curto prazo que entram e saem ligeiramente de países, gerando crises em economias periféricas.

Bolada respeitável

Na reformulação da propaganda federal, Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo) vai criar um comitê para examinar os patrocínios culturais da União. São R$ 250 mi por ano.

TIROTEIO

Do cientista político José Luís Fiori, professor titular da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), sobre as perspectivas do país para o ano 2000:
- A perspectiva é tétrica. Não resta a este governo senão empurrar com a barriga as consequências daquilo que já fez. Os grandes negócios estão assegurados, as elites continuarão ganhando o seu, e a desintegração social seguirá seu curso, para quem ainda quiser vê-la.

CONTRAPONTO

Melhor não arriscar
O governador Mário Covas (PSDB-SP) estava anteontem na Secretaria de Cultura do Estado cercado por jornalistas.
Dizia que, no dia seguinte (ontem), iria de helicóptero para Bertioga, onde passaria o Ano Novo em sua casa de praia.
No final da entrevista, um repórter cutucou:
-Governador, usar o helicóptero oficial para um assunto particular não mancha sua reputação?
Contrariado, Covas olhou fixamente para o repórter:
-Não mancha, não! Também pretendo vistoriar as obras na Anchieta e na Imigrantes!
Horas depois, Covas dava outra entrevista. De repente, disparou, dirigindo-se aos repórteres:
- Por causa de vocês, vou ter um gasto extra neste final de ano!
Ninguém entendeu nada. E Covas emendou, provocando gargalhadas:
- Terei de alugar um helicóptero do meu bolso para ir a Bertioga. E olha que vou vistoriar as obras nas rodovias também!


Próximo Texto: Bug do ano 2000: Apagões isolados podem atingir grandes cidades
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.