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O diretor de operação do ONS, Carlos Ribeiro, concede entrevista sobre o bug

LUIZA DAMÉ
da Sucursal de Brasília

O diretor de operações do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Carlos Ribeiro, disse que poderá haver apagões localizados na virada do ano em cidades com maior concentração de pessoas. Ele não citou nomes de cidades que podem correr riscos de falta de energia.
Ribeiro descartou, porém, problemas de falta de energia na cidade do Rio de Janeiro, apesar do movimento esperado para hoje, e um apagão generalizado no país.
O Ministério das Minas e Energia também descartou problemas em São Paulo -isso porque o Estado tem produção própria de energia e não ter estrangulamento de linhas de transmissão.
"Problemas localizados podem acontecer", disse Ribeiro, ao ser questionado sobre falta de energia elétrica anteontem em Pelotas (RS), município a 300 km de Porto Alegre. "Mas apagão geral está completamente fora de cogitação", completou.
Segundo o diretor do ONS (conselho integrado por representantes das operadoras e do Ministério das Minas e Energia que controla o sistema de energia elétrica no país), o sistema de energia da cidade do Rio de Janeiro foi preparado para o aumento de demanda no verão.
Ribeiro explicou ontem medidas adotadas pelo setor para evitar problemas com o bug do ano 2000, juntamente com os representantes da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Eduardo Ellery (ouvidor) e Sérgio Frontin (superintendente de Gestão Técnica da Informação).
Segundo eles, a maior preocupação do setor é com o desligamento de equipamentos anunciado por algumas indústrias para evitar transtornos com o bug.
Ribeiro disse que, assim como o aumento da carga na rede, a redução drástica pode trazer dificuldades de operação.
"Não é necessário desligar. Em vez de ajudar (os desligamentos) vão trazer transtornos adicionais para a operação", afirmou.
Os representantes da Aneel e do ONS disseram que as operadoras do sistema de energia estão combinando com os maiores consumidores o horário de desligamento e religamento de equipamentos para evitar mudanças bruscas na carga na rede.
Normalmente, segundo Ribeiro, a carga na rede cai nos feriados porque as grandes indústrias não funcionam. O diretor do ONS disse que o ponto crítico em relação à redução na carga na rede será entre 7h e 7h30 de amanhã. Em relação ao aumento, será na manhã do dia 3.
Frontin afirmou que as 78 operadoras do sistema de energia elétrica apresentaram declaração de qualidade dos serviços.
O centro de operações antibug montado pelo governo vai monitorar eventuais apagões nos países em que a virada do ano ocorrerá antes que no Brasil.