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São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2003

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PAINEL

Operação casada 1
Com o fortalecimento da perspectiva de reeleição de José Sarney (PMDB-AP) à presidência do Senado, cresce a conta a acertar com Renan Calheiros (PMDB-AL) na reforma ministerial em gestação no Planalto.

Operação casada 2
Pelos acertos do PMDB, seria Renan o próximo presidente do Senado. Como o governo prefere Sarney, resta compensar o alagoano, a quem interessa menos um ministério inexpressivo do que a possibilidade de indicar gente sua para cobiçados postos no segundo escalão.

Agenda 2003
FHC fechou seu roteiro político do ano com visita ontem ao Palácio dos Bandeirantes. O ex-presidente conversou longamente com o governador Geraldo Alckmin e com o secretário da Casa Civil, Arnaldo Madeira.

Agenda 2004
A pauta da conversa reservada no Bandeirantes foi variada, com ênfase nas próximas eleições municipais. Os três participantes reafirmaram a convicção de que o candidato tucano à sucessão paulistana não deve ser definido antes de março.

Coisas da vida
Miro Teixeira já conversa abertamente com colegas pedetistas sobre a queda do Ministério das Comunicações. Diz ter sido informado "extra-oficialmente" pelo Planalto de que sua cadeira será cedida ao PMDB.

Fim do muro
Perdido o cargo na Esplanada, Miro Teixeira terá de apressar sua saída do PDT, agora rompido com Lula, se quiser permanecer na órbita governista.

Entre os golfinhos
Fernando de Noronha é destino turístico em alta na bancada governista. Além do presidente da Câmara, João Paulo (PT), descansam no arquipélago, neste final de ano, Aldo Rebelo (PC do B) e Eduardo Campos (PSB).

Baixa receptividade
O casal Garotinho telefonou dias atrás para pedetistas do Rio de Janeiro convidando o partido de Brizola a participar do governo Rosinha Matheus (PMDB). O gaúcho agradeceu, mas disse a correligionários que a possibilidade de aceitar é "quase nula".
Plano A
Sem nome forte para concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte em 2004, o PSDB estuda firmar aliança, já no primeiro turno, com o PSB de João Leite. O secretário do governador Aécio Neves encabeçaria a chapa.
Plano B
Aécio Neves não declara, mas acalenta também a possibilidade de apoiar a reeleição do petista Fernando Pimentel em BH. Além de ampliar seu arco de sustentação, o movimento adiaria um confronto com o PT.
Mão dupla
O PT articula com os cearenses Ciro Gomes (PPS) e Eunício Oliveira (PMDB) apoio a Inácio Arruda (PC do B) em Fortaleza. Ao ceder a vaga, o partido espera reciprocidade dos comunistas, especialmente no Rio.
Ponto tucano
Em permanente guerra de imagem, a prefeitura de Marta Suplicy e o governo de Geraldo Alckmin foram finalistas de prêmio concedido pela Microsoft a iniciativas na área de tecnologia. Dessa vez o tucano levou a melhor. Ganhou com seu cadastro eletrônico de obras e ações.
Papo educativo
Os reitores da USP, Unesp e Unicamp serão convidados à Assembléia Legislativa de São Paulo para discutir o plano decenal de educação para o Estado. Deputados da base governista vão pedir um aumento de vagas no ensino superior público.

TIROTEIO

Do presidente nacional do PT, José Genoino, respondendo a artigo em que o filósofo Roberto Mangabeira Unger qualificou o Partido dos Trabalhadores como "um desvio na história do Brasil":
-Essa declaração eu catalogo no departamento do ciúme político. O Mangabeira sofre de um certo pessimismo programado, mas o governo do presidente Lula vai demonstrar a ele, em 2004, que o PT vai transformar a história do país.

CONTRAPONTO

Sem palavras

Em reunião da Comissão de Constituição e Justiça do Senado durante a tramitação da reforma tributária, parlamentares discutiam destaques que seriam incorporados ao texto pelo relator Romero Jucá (PMDB-RR).
Dos 275 destaques, 198 foram apresentados pelo pefelista José Jorge. O senador pernambucano imaginava que seriam todos rejeitados, em estratégia semelhante à usada pelos governistas na reforma da Previdência.
Surpreendido pela notícia de que o relator acatara uma proposta de sua autoria -a mudança do imposto das TVs por assinatura de ICMS para ISS-, José Jorge emudeceu diante do microfone da comissão.
Intrigado com o silêncio do colega, o também pefelista Edison Lobão (MA) perguntou:
-Não vai dizer nada?
Recuperado do susto, o pernambucano explicou:
-Fiquei mudo de emoção!



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