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ELEIÇÕES 2006/PRÉ-CANDIDATO
Presidente do Supremo, que já havia sido sondado pelo petista sobre hipótese de ser candidato a vice, comunicou que se filiará a um partido
Jobim informa a Lula que irá deixar o STF
JOSIAS DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal), ministro Nelson Jobim, comunicou oficialmente a Luiz Inácio Lula da Silva,
em conversa reservada ocorrida
antes do Natal, que deixará o Supremo em março. Jobim disse ao
presidente que pretende se filiar a
um partido político. O prazo final
para a filiação é 3 de abril.
O comunicado de Jobim teve
dois propósitos. O primeiro, de
natureza funcional, foi o de liberar Lula para selecionar um nome
para a vaga a ser aberta no Supremo com seu desligamento. O segundo, de ordem política, foi a de
restabelecer um diálogo aberto
antes da explosão da crise.
Jobim recebeu meses atrás de
um emissário do presidente uma
sondagem sobre a hipótese de ser
candidato a vice na chapa de Lula
na campanha à reeleição. Mostrou-se receptivo à idéia. E Lula o
incluiu no cardápio de opções.
O início da crise política interditou as articulações. Nesse intervalo, o PMDB, partido ao qual Lula
gostaria que Jobim se filiasse, reforçou a tendência de lançar uma
candidatura própria à Presidência. O ex-governador do Rio Anthony Garotinho apressou-se em
registrar sua pré-candidatura presidencial pelo PMDB.
Lula anda sonhando com uma
aliança com o PMDB, mas avalia
que a hipótese é, hoje, remota. Jobim trabalha com duas alternativas: ou disputa as prévias do
PMDB, tornando-se, ele próprio,
um candidato à Presidência ou filia-se a outro partido, reativando
a perspectiva de compor a chapa
de Lula como candidato a vice.
O ministro, um ex-deputado federal pelo PMDB do Rio Grande
do Sul, ainda não definiu que caminho irá adotar.
Lula manuseia uma lista de 11
candidatos ao STF. A relação foi
elaborada para preencher a vaga
do ministro Carlos Velloso, que se
aposentará compulsoriamente do
STF ao completar 70 anos, em 19
de janeiro. Agora, servirá também
para o preenchimento da vaga a
ser aberta com a saída de Jobim.
Embora ainda não tenha definido os nomes dos dois novos ministros, Lula revela sob reserva os
perfis de sua predileção. Gostaria
que uma das vagas fosse ocupada
por um político vinculado ao PT.
Para a outra, deve indicar uma
mulher. Os indicados terão de ser
referendados pelo Senado.
Entre os políticos, três emergem
como favoritos: os deputados federais Luiz Eduardo Greenhalgh
(PT-SP) e Sigmaringa Seixas (PT-DF) e o ex-ministro Tarso Genro
(Educação). São três as mulheres
que figuram na lista de Lula. Duas
reúnem mais chances: a favorita é
Maria Lúcia Karan, coordenadora
do Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais no Rio de Janeiro. Corre por fora Misabel Abreu Machado Derzi, chefe da Procuradoria
Geral da Prefeitura de Belo Horizonte, hoje sob o comando do petista Fernando Pimentel.
Essa será a segunda vez na história que um presidente indicará
uma mulher para o Supremo. A
primeira foi a ministra Ellen Gracie. Alçada ao tribunal sob Fernando Henrique, ela passará a
ocupar a presidência do STF com
a saída de Jobim, cujo mandato só
expiraria em junho de 2006.
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