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Presidente veta artigo da LDO que reduz despesas do governo federal em 2007
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o artigo da
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que aplicava um redutor de 0,1% do PIB nas despesas correntes do governo federal no próximo ano. A medida, que chegou a ser defendida
pelo governo no ano passado,
foi descartada porque o Orçamento da União de 2007 foi
elaborado sem sua previsão.
Além disso, a elevação dos
gastos públicos neste ano, o da
reeleição do presidente Lula,
tornou praticamente impossível o governo conseguir aplicar
o redutor no Orçamento de
2007. Foi por isso que a idéia
foi retirada do plano que a equipe econômica elabora para o
início do segundo mandato.
A LDO de 2006, por exemplo,
já estimulava um teto de 17%
do PIB para as despesas correntes do governo, só que elas devem superar 18% neste ano.
Agora, a idéia do governo é evitar, no próximo ano, que os gastos federais correntes subam
mais do que o PIB.
O redutor foi incluído na
LDO por iniciativa do PFL como forma de constranger o governo, já que a equipe econômica vinha sinalizando que não
adotaria a medida no ano que
vem. A idéia contava com o
apoio do mercado e de empresários para forçar uma redução
das despesas públicas.
Analistas de mercado temem
que, no segundo mandato, Lula
não seja tão rigoroso na questão fiscal como foi no primeiro.
Sua decisão de elevar o salário
mínimo além do previsto inicialmente foi vista como um sinal de menos rigor fiscal, o que
pode comprometer a meta de
superávit primário de 4,25% do
PIB, economia feita pelo governo destinada a pagar juros de
sua dívida.
O presidente Lula vetou ainda outro artigo incluído na
LDO que proibia o cancelamento das emendas parlamentares por parte do Executivo. O
objetivo do Congresso era evitar o bloqueio das verbas destinadas por deputados e senadores para suas bases eleitorais,
tornando praticamente obrigatória sua liberação.
Lula sancionou, no entanto,
outra proposta feita pelo Congresso que permite o uso, no
ano que vem, do eventual excesso de superávit primário a
ser obtido neste ano. A estimativa do Ministério do Planejamento é que esse excedente fique entre R$ 2 bilhões e R$ 3
bilhões.
Esses recursos, porém, terão
de ser destinados necessariamente a programas incluídos
no PPI (Projeto Piloto de Investimentos). Mecanismo
acertado com o FMI (Fundo
Monetário Internacional), ele
permite que recursos destinados a obras de infra-estrutura,
principalmente, sejam computados no cálculo do superávit
primário.
A LDO havia sido aprovado
pelo Congresso com cinco meses de atraso.
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