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Azeredo espera
voltar à política
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
O governador de Minas Gerais,
Eduardo Azeredo (PSDB), vai, mas
volta em breve. Fora do governo,
Azeredo vai continuar "fazendo
política", conforme disse, mas vai
voltar a trabalhar na área privada.
Tem convite de uma empresa,
que não revela o nome. Azeredo é
engenheiro com especialização em
informática. "Vou para a área privada. Não quero sair de Minas Gerais agora."
Azeredo perdeu a eleição para o
ex-presidente Itamar Franco
(PMDB), que obteve no segundo
turno 57,62% dos votos válidos
contra 42,38% do tucano.
O governador tucano deixa o palácio da Liberdade com realizações
em algumas áreas, como a da educação, que é considerada pelo governo federal como uma das melhores do país, mas com dificuldades em outras, como a econômica.
Minas tem uma dívida renegociada por 30 anos com o governo
federal no valor de R$ 17,6 bilhões.
Além disso, tem dívida externa
de R$ 850 milhões e outra de curto
prazo com fornecedores e o Ipsemg (Instituto de Previdência dos
Servidores do Estado de Minas Gerais), de cerca de R$ 1,4 bilhão.
Itamar anunciou que vai tentar
rever o acordo de renegociação da
dívida com o governo federal.
A receita líquida de janeiro a outubro estava comprometida em
77% com despesas de pessoal.
"Mas vou passar o governo com
as mesmas dificuldades financeiras que estaria passando para mim
mesmo", diz Azeredo, assinalando
que houve esforço da sua equipe
nos quatro anos de governo para
resolver as dificuldades.
A Agência Folha pediu a Azeredo que desse uma nota para a sua
administração. "Sou suspeito", diz
ele, argumentando que tem 70%
de aprovação. Então, por que não
se reelegeu? Ele acha que o fato de
ter enfrentado um ex-presidente é
uma das explicações.
"Eu tive 3,5 milhões de votos e a
eleição foi apertada no primeiro
turno. Mas o resultado foi democrático. Política é isso mesmo."
A Itamar, ele não deixa conselhos: "Desejo sucesso".
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