Campinas, Domingo, 2 de maio de 1999

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ADMINISTRAÇÃO 2
Desvio de dinheiro, que nunca foi devolvido, ocorreu em sete cidades e é apurado nos últimos três anos
Escândalos movimentaram R$ 200 mi

free-lance para a Folha Campinas

Sete prefeituras da região tiveram um prejuízo de pelo menos R$ 200,2 milhões em oito escândalos que se tornaram alvo de investigações nos últimos três anos no Legislativo e na Justiça.
Os períodos em que o dinheiro foi desviado variam de seis meses a dez anos.
O total movimentado nunca foi devolvido aos cofres públicos.
O maior desvio de dinheiro público ocorreu em Campinas, em 96, no escândalo dos precatórios. A prefeitura vendeu R$ 79,8 milhões em títulos públicos para o pagamento de precatórios judiciais mas não utilizou o dinheiro para esse fim. Resgate
Diferentemente do que previa a legislação, a prefeitura não resgatou os títulos em 98, quando venceu a primeira das parcelas.
O prefeito Edivaldo Orsi (PSDB), que governou Campinas de março a dezembro de 96, afirma que usou o dinheiro em obras e em pagamento de fornecedores.
A destinação do dinheiro, entretanto, não era controlada. Por mês, em média, foram desviados R$ 24,3 milhões.
O maior período de irregularidades envolveu as fraudes no ISSQN e no IPVA de Piracicaba que, segundo dados da Câmara, acontece desde 89.
Dois ex-prefeitos de Nova Odessa, Simão Welsh (PMDB) e Manoel Samartin (PDT), foram condenados pela Justiça a devolver R$ 20 milhões aos cofres públicos pela contratação de funcionários sem concurso.
Eles recorreram da sentença e o processo continua. Isso também aconteceu em Campinas (leia texto à pág. 3-3).

Exoneração
Três funcionários públicos foram exonerados dos cargos pelo envolvimento nas irregularidades.
O ex-diretor do DRI (Departamento de Receitas Imobiliárias) da Prefeitura de Campinas José Humberto de Freitas só foi demitido porque tinha cargo de confiança.
Ele participou de processos de revisão irregular do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Por ser concursado, o engenheiro Antonio Sérgio Assunção Tavares foi afastado e responde processo administrativo.
Em Bragança Paulista, os funcionários Nilson Fernandes e João Herbert Alessandri, acusados de desviar vales-transporte, foram exonerados pela prefeitura.



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