Campinas, Domingo, 2 de maio de 1999

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Suspeitas de desvio são de R$ 6 milhões

free-lance para Folha Vale

O desvio de finalidade no uso do dinheiro público por parte de prefeituras é alvo de dez investigações em andamento no Ministério Público ou em Câmaras do Vale do Paraíba. As suspeitas envolvem oito cidades e o emprego de pelo menos R$ 5,9 milhões, valor que supera o Orçamento anual da cidade de Silveiras (R$ 3,5 milhões), que abriga 5.300 habitantes.
As investigações envolvem desde alimentos para merenda vencidos nos depósitos da prefeitura, passam por contratação irregular de empresas, superfaturamento de obras, nepotismo, doação ilegal de bem público, até falsificação de notas fiscais e supersalários.
Em São Bento do Sapucaí, CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Câmara pediu a cassação do prefeito Antonio Carioca de Azevedo (PTB). "Ele usou o nome de servidores para fazer empréstimo porque a prefeitura não tem mais crédito", acusa Ildefonso Mendes Neto, coordenador de movimento suprapartidário que pediu a cassação de Azevedo.
Outro que pode ser cassado é Mário Carneiro Leão (PDT), prefeito de Tremembé. "Há sete acusações contra ele, inclusive falsificação de nota fiscal", afirma o vereador Adolfo Mendes Júnior (PL).
Vereadores de oposição em Pindamonhangaba articulam uma CEI para cassar o mandato do prefeito Vito Ardito Lerário (PSDB).Já em São José dos Campos, uma CEI, que estaria estagnada, segundo vereadores, investiga um aditamento de R$ 1,8 milhão a contrato de construção da quarta etapa do anel viário. A mesma CEI considerou ilegal contrato de R$ 1,5 milhão com a seguradora Nova Hamburgo. Nesta terça, vereadores de Taubaté tentam abrir CEI para apurar doação de imóvel da prefeitura. Todos os prefeitos dos municípios envolvidos nas investigações negam a existência de qualquer irregularidade. A Folha não conseguiu contato com os prefeitos de São Bento do Sapucaí e Pinda desde a última quarta-feira.



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