Campinas, Domingo, 2 de maio de 1999

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"Era Bittar" teve três escândalos

free-lance para a Folha Campinas

Os desentendimentos entre o ex-prefeito Jacó Bittar (PSB) e seu então vice prefeito, Antonio da Costa Santos (PT), fizeram com que o período em que o primeiro esteve no comando da prefeitura, entre 89 e 92, terminasse com o saldo de três escândalos.
Na época, pelo menos US$ 120 milhões foram gastos em obras que não foram realizadas ou estão sob suspeita de irregularidades.
Todas são alvo de ações populares feitas por Costa Santos e que estão tramitando em fase final.
Em 90 o ex-vice prefeito denunciou a concorrência dirigida e o superfaturamento na construção do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos). O governo do Estado gastaria para construir 12,8 quilômetros de trilhos, segundo o contrato, US$ 100 milhões.
Foram gastos US$ 125 milhões para construir 8,3 km do projeto, que foi abandonado em 95 pelo prefeito Magalhães Teixeira (PSDB), morto em 29 de fevereiro de 96.
As denúncias e o fato de Santos ter criticado Bittar publicamente terminaram com o rompimento entre os dois e, depois, com a saída de Bittar do PT.
A ação, contra o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) e a Ferroban (Ferrovias Bandeirantes), consórcio que adquiriu a Fepasa (Ferrovias Paulistas S.A.) está parada porque a privatização fez com que o processo mudasse de réu.
Já no PDT, Bittar foi alvo de sua primeira ação popular. Santos acusa o ex-prefeito de investir US$ 69 milhões nas obras de captação e tratamento de esgoto da bacia do ribeirão Anhumas, mas só 15% da obra foi realizada com o dinheiro.

Devolução
O ex-vice-prefeito processa ainda Bittar por ter contratado a empresa Santo André Terraplenagem para fazer o aterro sanitário Delta 1 sem licitação.
O processo já foi julgado no Tribunal de Justiça, em São Paulo, e Bittar foi condenado a devolver cerca de R$ 3 milhões aos cofres públicos.
Bittar nega todas as irregularidades apontadas e afirma que os contratos foram amparados na legislação. Ele e Costa Santos se enfrentaram na última eleição para prefeito, em 96.



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