Campinas, Terça, 9 de março de 1999

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ECONOMIA
Manifestação em frente ao Paço pedia a volta do passe-desemprego e isenção de impostos
Desempregados entram em confronto

Frâncio de Hollanda/Folha Imagem
Membros da Guarda Municipal de Campinas discutem com desempregados durante protesto realizado no Paço ontem de manhã


free-lance para a Folha Campinas

Um grupo de 250 pessoas que participava ontem de um protesto contra o desemprego em Campinas entrou em confronto com a Guarda Municipal nas escadarias do Paço Municipal. Não houve feridos.
Os desempregados reivindicavam a volta do passe-desemprego e a isenção de taxas de serviços municipais, como água e energia elétrica.
Durante o conflito, que foi presenciado pelo secretário da Cooperação nos Assuntos da Segurança, Ruyrillo Pedro de Magalhães, os manifestantes tiveram uma faixa apreendida e um dos guardas chegou a sacar uma arma para tentar dispersar o protesto.
"Entendemos a situação dos desempregados, mas tudo tem que ser feito dentro da lei e da ordem, e temos que cumprir a lei", disse o secretário.
O protesto teve início às 9h na praça do Fórum de Campinas e seguiu em passeata para o Paço Municipal.
A Polícia Militar tentou impedir os manifestantes de permanecer no local, seguindo um decreto da prefeitura que proíbe o uso de carros de som.
O grupo foi para o interior do Paço e formou uma comissão para tentar negociar com a prefeitura a volta do passe-desemprego, suspenso havia dois meses, isenção de tarifas municipais e uma maior fiscalização nas agências de emprego.
A comissão foi recebida às 9h40 pelo secretário-chefe do Gabinete do prefeito Francisco Amaral, Mário Orlando Galvês de Carvalho.
O tumulto ocorreu no período em que a comissão entrava no gabinete. A Guarda Municipal formava um cordão de isolamento nas escadas do Paço.
Após a reunião, que durou cerca de duas horas, o representante do movimento, José Correia da Silva, informou que uma outra reunião ficou marcada para a próxima quarta-feira.
"Nós pedimos, além da isenção das taxas e a volta do passe-desemprego, uma maior fiscalização das agências de emprego que exploram os trabalhadores com contratos irregulares", afirmou.
Carvalho disse que não é da alçada da prefeitura fiscalizar as agências de emprego, mas que vai encaminhar o pedido ao Ministério do Trabalho.
As demais reivindicações dos desempregados serão levadas a Chico Amaral. (JOÃO BATISTA GONÇALVES)


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